Também se acaba vivendo tempo de
invertimentos. Deveria no de certo era os mais adiante legar pros mais de
perto. Só que não foi assim que se deu. Pelo menos, no caso.
No dia que eles foram embora para
Lages, Liz trouxe prá mim um volume. Claro que avistei que dentro tinha um
livro. Ela foi breve: “Procê, vovô.” E foi assim e pronto. Só que já lá ia indo
para encontrar com a mãe que juntava os trem para pegar a coisa que voa e se
voltou. “Abre, vô.”
Quando abri me deparei: Caderno de
Poesias - Maria Bethânia. Liz tomou o livro de minhas mãos e abriu na página
onde, ela e Valentin, tinham feito desenhos. Pretinha, dedicatória.
“Canto o crepúsculo da tarde
E o clarão da linda aurora
Canto aquilo que me alegra
E aquilo que me apavora”
(Patativa do Assaré)
“A vida chega a doer, a enjoar, a
cortar, a roçar, a ranger,
A dar vontade dar gritos, de dar
pulos, de ficar no chão, de sair
Para fora de todas as casas, de
todas as lógicas e de todas as sacadas,
E ir ser selvagem (para a morte)
entre árvores e esquecimento”
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa).
“Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida”
Renato Teixeira
“O corpo a corpo com a vida se
odeia no índio
O que se odeia no índio é a
permanência da infância”
Reynaldo Jardim
“Quem desconfia, fica sábio.”
Guimarães Rosa
“Vontade de beijar os olhos de
minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão
pelos cabelos...
Vinicius de Moraes
E foi aí que ieu tomei o livro todo de um gole só e mirando no DVD.
Até breve.
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