Nenhum tema. Nenhum assunto.
Nenhuma inspiração e nem expiação. Tudo é velho, antigo, marcado por uma
repetição sistemática e biliar.
Fecho o ciclo de mais 365 dias com
gosto de náusea sartreana. Nem 2017 razões para supor advir novos tempos me dão
lenitivo, resto de esperança ativa que tanto decantei nestes mal traçados posts.
As guerras ainda estão na ordem do
dia.
No Metrô, silvícolas urbanos
massacram um homem que se antepôs a um travesti.
Uma mulher ardil incendeia um
embaixador.
A puslítica estampa, descancara
seus carnegões, mas todos sabem que a metástase é muito maior do que a ferida
exposta.
As estradas matam.
As celebridades descerebram.
Música e Letra minguam. Nem
Carminho cantanto Tom arrebata. Betânia não dá conta de Edith.
Até a Bola-de-Ouro é do mesmo.
Câncer, Aids, mosquitos e bactérias
mil ainda matam.
Em dez anos evoluiremos mil em
meios.
Fins permanecerão os mesmos. Vis.
Meu olhar crispa uma dor dilacerante.
Não é mais crível o sonho humano. Suassuna delirou quando disse que a
confirmação da existência de Deus se dá pela compreensão de que não nos é
possível imaginar que haja somente este inferno.
Presente.
Pior, só há este inferno presente.
Suassuna também está morto.
Talvez uma lembrancinha, uma
luzinha piscando nas árvores, uma comidinha especial, abraços armados,
sorrisos, caras e bocas escondam o amargor. Cena da tragédia que resumiu a
Vida.
Confraternizações. Em Copacabanas
com menos fogos de aurifício.
Meu, fudeu.
Esperem... Ainda há muita alienação
para tamponar o escroto. Boralá crer que o seu Banco vai cuidar de sua Vida,
suas vitaminas te fortalecerão essa bisnaga de carne, este álcool azul absintará
o real.
Você amará como nunca. Terá filhos
e netos. Doze carros e uma mansão em Shangrilá, ou nada disso, ou até menos do
que isto.
Mas será feliz porque um novo ano
se descortina.
E a Humanidade que se foda. E com ela
este sonho tolo de que um dia, qualquer dia, advirá Humana.
ATÉ BREVE.
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