domingo, 30 de outubro de 2016

QUATTRO



Este postita vem à tela esclarecer que: abre-se um novo ciclo, sem prejuízo dos anteriores. Claro que isto continua sendo matéria para o seu próprio umbigo e, alguns poucos, que perambulam por estas letras.

Balançando (no sentido de “apropriando” e deixando dúbia a ideia também de fragilidade) houve de se fazer uma ciclagem histórica de percurso. Óbvio trato aqui de mim mesmo, lilás como se isto fosse novidade.

A coisa começa cedo, mas diria que um primeiro ciclo cobre a fase de formação empresarial que fecha aos quarenta. Montadora de automóveis (multinacional), siderurgia (grupo nacional), alimentos (empresa familiar); mineração (grupo nacional) e financeiro (banco estadual). Graduação, especialização, mestrado e doutorado no machado.

Na sequência, dez anos como professor de Dom Cabral, Ibmec e FGV em programas de MBAs, especialização e “in companhy”. Além de palestras, workshops, seminários e congressos Brasil a fora. Vitimei neste período umas zil empresas e seus pobres incautos milheiros de executivos. Acho até que mais.

Dos cinquenta aos sessenta larguei o giz, o pincel atômico, a garganta e fui para vida real: intervenção consultiva via minha própria empresa de eu-sozinho. A VBA, nome da coisa, faturou contra perto de duzentas empresas. Transitei em todo tipo de desafio em diferentes setores da economia e portes de empresas. Gramei.

Quando fiz sessenta chutei o balde, achei que estava na hora de voltar aos sonhos de juventude conjugados com o de ancião. Escrever e avoalizar foi o intento. Plantei o dasletra e vieram um atrás do outro meus, até agora, quatro netinhos.

Aqui derramei meus espíritos intelectualóides. Fiz ruminescências, contei mentiras e invencionices, fiz contos, comentei das artes, do cinema, da TV. Opinei sobre política, sobre comportamento, sobre filosofia, sobre o diabo. Em quase mil posts. E, sobretudo, recebi via minhas letras a perspectiva da abertura da senioridade. Antecipei com historinhas a chegada da minha primeira neta.

Fevereiro completo 65 anos num corpicho de 65, carcumido por quatro cirurgias e outras miudezas de sentires. Aí bateu comichão e parti para abrir um novo ciclo.

Já disse aqui que estou juntando meus trapos de vivência organizacional com três feras a que se deu o nome de QUATTRO. Frescura de marqueteiros, acharam que puxando pelo italiano ficava mais must, chique, da hora. Eu, por mim, tá.

Fernanda, estrategista e pesquisadora dedicada à compreensão de movimentos culturais e comportamento de consumo e na transformação desse conhecimento na construção de relacionamentos entre marcas e pessoas. Observadora. 22 anos de experiência em pesquisa e estratégia. Mestre em Sociedade e Cultura (UFAM), especialista em Estudios sobre la Cultura Visual (Universitat de Barcelona) e Bacharel em Comunicação Social pela UFMG.

Heloisa, estrategista, gestora, vendedora e “marqueteira”. Consultora, empreendedora e conselheira. Geradora de ideias e conectora de pessoas e negócios. Alma global. Mais de 30 anos de experiência no Brasil e no exterior em empresas nacionais e multinacionais tanto na função executiva (C-level), como empreendedora e consultora. Bacharel em Administração pela UFMG, especialista em Marketing pela FDC e ESPM e formada em vendas e sustentabilidade na Cranfield, Wharton e Cambridge.

Júlio, Disruptivo. Especialista, inovador, pensador. Bacharel em Design pela UEMG, especializou-se na UIA (Università Internazionale dell’ Arte) – Florença, Itália, na Berlin School of Creative Leadership e na Fundação Dom Cabral SP / ESADE – Madrid. Mais de 30 anos de experiência no mercado da indústria criativa atuando com foco em inovação e estratégia mercadológica para produtos e serviços. Tem larga experiência em inovação, planejamento, estratégia de negócios, publicidade, digital, design e arquitetura comercial.

Tesão puro. Tipo como se eu estivesse começando agora. Lilás, como sempre.

Prá frente o dasletra segue...



Até breve.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

FUGAZ



Ontem, pela manhã, cruzei com Nelson. Nelson Cruz, laureado com Jabuti e que concorre novamente pela sexta vez ao prêmio. Conversa de minutos, mas dentro dela, sobre o processo criativo.

Nelson lembrou-se de uma entrevista de Fernando Sabino sobre o tema. O repórter havia perguntado à Sabino como ele produzia seus textos.

- Simples, eu coloco uma folha de papel na máquina de escrever e... Corto os pulsos.

Na sexta-feira no Som do Vinil do Canal Brasil, com o titânico Charles Gavin, Adriana Calcanhoto a propósito da obra de Lupicínio Rodrigues.  Lupe, como era chamado, compôs músicas que expressam muito sentimento, principalmente a melancolia por um amor perdido. Foi o inventor do termo dor-de-cotovelo, que se refere à prática de quem crava os cotovelos em um balcão ou mesa de bar, pede um uísque duplo, e chora pela perda da pessoa amada. Constantemente abandonado pelas mulheres, Lupicínio buscou em sua própria vida a inspiração para suas canções, onde a traição e o amor andavam sempre juntos.

Adriana disse que certa vez Caetano foi convidado a ouvir Lupicínio em grupo seleto de amigos do músico. Caetano sentou-se ao lado da esposa de Lupe. Na terceira ou quarta música, Caetano teria sido cutucado pela esposa do compositor e ouvido dela: “É tudo mentira!”.

Gavin, deixou uma pergunta no ar: “O que foi feito do amor?”.

Na sexta, ainda, assisti a Juventudes Roubadas, baseado na vida e obra da escritora inglesa Vera Brittain. Filme do diretor James Kent narra a trajetória de Vera que, contra a vontade do pai, consegue uma vaga na Universidade de Oxford. Mas não demora até que a Primeira Guerra Mundial mude seus planos.

O roteiro versa sobre os descaminhos do amor de Vera ao irmão, ao amigo e ao noivo durante a Primeira Guerra Mundial. Os relatos da escritora são considerados os mais fiéis a respeito do conflito.

No sábado, fomos tomar café na cafeteria da filha de uma amiga nossa. Thaís é uma belezura de trinta e poucos anos e lá, papo vai papo vem, perguntei sobre relacionamentos.

- Efêmeros e descartáveis... Pessoas são como celulares, usa-se e descarta-se caso não esteja atendendo às expectativas. Não há vínculos, compromissos, propósitos...

À noite do sábado, assisti à Queda Livre.  A história do filme é centrada em Marc policial à espera do filho que sua namorada carrega. O que Marc não poderia imaginar era que sua convivência com o policial Kay se tornaria muito mais intensa e íntima, fazendo com que os dois se envolvessem em um relacionamento. Marc precisa, então, fazer uma escolha entre o homem com quem vivencia uma experiência nova e a mulher que espera um filho seu.

Final de semana rico para pensar. O amor...

Noninha, em uma manhã dessas, colheu uma flor no jardim do prédio onde mora. Pediu à Josi um copo com água e depois colocou debaixo do abajur que fica em um dos criados ao lado da cama da mãe. Acendeu o abajur.

À tardinha, quando voltou da escola, Noninha retirou de lá e levou para seu quarto e, ao lado, colocou uma lanterna. Acesa.






Até breve.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

ROSA



E vou tentando e vou fazendo, desmanchando, refazendo, pensando. A parte já escrita eu vou sempre tateando. Nunca eu acho que tenho a inspiração completa, de saída, espontaneamente. Quando eu escrevo é como se eu quisesse pegar uma coisa que já existe. E não posso trair essa coisa. A criação da minha obra é uma tradução de uma coisa que eu não vejo. Há uma fidelidade a essa coisa que eu não sei qual é, mas sinto que tenho de guardar aquilo, de respeitar.

Os elogios até me deprimem. Quer dizer, em penso: e não sei como foi que aquilo ficou assim, eu não tenho a receita, não tenho a receita, não posso repetir isso. É como um cozinheiro que fosse botando coisa na panela sem tomar nota. 

Eu aprecio minhas coisas como se elas não fossem minhas. Às vezes eu pego uma coisa minha e digo "está bom, está bom" como sendo de outro autor. Eu gosto até de elogiá-las porque aquilo não sou eu. Houve tanto caminho, tanta mistura, tanta duração que eu depois sinto a coisa como se não tivesse ligação direta comigo. Eu descubro coisas a meu respeito depois lendo calmamente o que eu escrevi... Aprendo coisas a meu respeito me lendo.

Paradoxalmente o contato com os outros raramente se consegue quando se é extrovertido. Eu vou dar um exemplo: o grande ator representa para si, não para o público. O público não existe, está entre parênteses, está num mundo fechado, à parte. Do mesmo modo o autor se vai realizando e se vai projetando na sua estória imaginária e então ele tem que ser perfeito dentro daquele mundo. Para si próprio.

Todas as obras perdem mais ou menos aspectos de superfície, mas tudo o que perde por um lado ganha de outro porque a comunicação por meio da palavra tem muita coisa de incompleto, que precisa de ser completado, de indireto que pode ser explicitado. Às vezes resulta uma coisa humana, mais seivosa, mais comunicativa, mais... Todos recriam minhas coisas, lhes dão nova vida...

A minha concepção do mundo não é de verdade material, objetiva... Essa realidade objetiva não existe, eu não acredito nela, é apenas aparência. A verdade, a verdadeira realidade é outra coisa para além desse mundo objetivo, outra coisa... Portanto a explicação realista que na verdade nada explica porque na verdade todos os vivos atos se passam longe demais.

A verdadeira causa das coisas não é material. Não é o micróbio que mata, esses são apenas os agentes. Há mais alguma coisa... Nós estamos entre sombras. Por exemplo, a frase "O senhor sabe o que é o silêncio é? É a gente mesmo... Demais" Por quê? Porque no silêncio você sente você mesmo, de uma maneira muito forte. Por isso o silêncio assusta.

Quando eu digo "circunstristeza" não é para fazer uma palavra nova, é porque tenho que dizer que tudo estava triste, mas sem usar linhas que quebram a perspectiva, sem estruturas muito pesadas se não, não voa. Tudo influi. O negócio é como na música, uma nota, só uma, uma pausa, uma vírgula é importante, conta. Não é verdade?

Você não acerta quando vai consultar o dicionário para saber o sentido, quando não parte da melodia, quando não segue a música...

E sou muito objetivo, eu não sou pessoa que me sacrifique pela arte. A literatura não é a coisa mais importante pra mim. Eu sou um homem religioso. O importante pra mim é a religião compreende? Tenho um talento, coisas pra dizer, de maneira que eu escrevo. Mas nunca tive pressa com as minhas coisas. Não.

Eu não sou bom mineiro, mas o Carlos Drummond de Andrade, sim é...

Eu, eu noto, conversando com os outros companheiros meus, que alguns têm o livro na cabeça, ficam anos com ele, e depois é quase como se o um livro fosse uma saída deles mesmo, de alguma coisa que já existia neles. Eu? Eu não. Eu estou no meio de um vazio, aquele vácuo.

Sempre que eu ouço música começa a germinar uma coisa dentro de mim, minha alma desperta, minha imaginação acorda. Até cinema, quando eu vou ao cinema vejo outras coisas também. É que música, cinema, outros autores, tudo... São catalizadores, eles detonam coisas em mim.

Eu estudo gramática, é interessante saber como a língua funciona, né? Mas quando escrevo um livro não penso que estou escrevendo um livro: eu estou vivendo uma coisa, estou vendo uma coisa, estou pondo no papel essa coisa. De repente sai aquilo que eu escrevo, mas não é de propósito, é espontaneamente, sem forçar, é preciso que seja um ser vivo, um ser vivo.

Frangalhos de entrevista de João Guimarães Rosa, provavelmente a última, dada ao professor Francisco Camacho em abril de 1966. Quem quiser ler a entrevista toda, clique em JOÃO.



Até breve.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

TOLO



Pois é.

Eu devia estar alegre e satisfeito por morar na Savassi
Eu devia estar contente
Porque eu tenho um trabalho
Sou um dito cidadão respeitável
Eu devia agradecer ao Senhor
Por ter tido sucesso na vida

Ah! Eu devia estar sorrindo e orgulhoso
Por ter finalmente sido publicado
Mas eu acho isso uma grande piada
E um tanto quanto perigosa

Eu devia estar contente
Por ter conseguido tudo o que eu quis
Mas confesso abestalhado
Que eu estou decepcionado

Porque foi tão fácil conseguir
E agora eu me pergunto: E daí?
Eu tenho uma porção de coisas grandes
Pra conquistar, e eu não posso ficar aí parado

Ah! Mas que sujeito chato sou eu
Que não acha nada engraçado

É você olhar no espelho
Se sentir um grandessíssimo idiota
Saber que é humano, ridículo, limitado
Que só usa dez por cento de sua
Cabeça animal
E você ainda acredita que é um doutor, padre ou policial
Que está contribuindo com sua parte
Para nosso belo quadro social

Eu que não me sento
No trono de um apartamento
Com a boca escancarada cheia de dentes
Esperando a morte chegar

Porque longe das cercas embandeiradas que separam quintais
No cume calmo do meu olho que vê
Assenta a sombra sonora de um disco voador

Frangalhos da letra do Raul Seixas, enxertada aqui e ali e suprimidas partes para dar conta de eu ter sido publicado. Se quiser ter prova clique aqui, páginas 31 e 32.



Até breve.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

DESCÊNCIA



Pensares, sentires e fazeres seguem. Turbilhão de eventos, distanciamentos de outros quereres, entre eles, este.

241 PECs. Feitas contas redondas, considerando todo o tempo de vigência da Constituição Federal (1988), é como se tivéssemos enxertado a Carta Magna com uma proposta de emenda a cada mês útil do Congresso Nacional nos últimos trinta anos.

“Desde que a constituição entrou em vigor em 1789, foi alterada vinte e sete vezes. Em geral, as dez primeiras emendas, conhecidas coletivamente como o Bill of Rights (Carta de Direitos), oferecem proteções específicas de liberdade individual e de justiça, além de restringir os poderes do governo. A maioria das dezessete alterações posteriores visou expandir os direitos civis individuais. Outras abordaram as questões relacionadas com a autoridade federal ou modificações nos processos e procedimentos do governo. As emendas à Constituição dos Estados Unidos, ao contrário daqueles feitas em muitas constituições ao redor do mundo, são acrescentadas no final do documento. Com sete artigos e vinte e sete emendas, é a mais curta constituição escrita em vigor. Todas as cinco páginas da constituição original estão escritas em pergaminho.” FONTE: Wikipedia.

A gente “copia” tantas americanóides, porque não se inspira no que é essencial?

A cada ação da política institucional só faz aumentar a minha desesperança. Nosso último remendo à Constituição, aprovado esta semana, em primeiro turno, congela por 20 anos os gastos da União. Tudo sugere cegueira crônica do que é construir longevidade a um país.

No Município, votei em Branco. Jamais vou anular a ideia de que é pelo voto, mas a história do presente é página em branco. Vazia de sentido.

Estou tesado sobre a QUATTRO, que já se instala em SAMPA. Puta parceria com três feras de enfrentar qualquer desafio em prol de alavancagem de negócios. Gente da melhor qualidade, em todos os sentidos. Minha atividade clandestina sugere crescimento importante.

Achei que meu saco tinha estourado para o corporativo, mas não. Tô botando a maior fé na proposta da QUATTRO. Estamos desenvolvendo um primeiro projeto. Como quer uma das parceiras, nosso curtirnômetro tá elevadíssimo.

Além, volto a dar aulas (como se fosse possível) ano que vem. Um amigo incauto convidou-me para. Haverá sempre algo a aprender com aqueles que se supõem alunos.

Como sempre amarrado em filmes. Uns tantos nos últimos dias. STOCKHOLM foi um deles. Moderníssimo, do desespero que é hoje no jovem, a questão de amar, de se relacionar, de vincular-se.

Sempre que posso, capítulo de House of Cards. A personagem Claire, esposa do protagonista, é fascinante. Toda a glória para o roteirista. Há muito não me deparo com um personagem tão rico. Nem Chico conseguiu chegar tanto quanto o cara na alma e poder femininos.

Por último porque primeiro, os meus de Longes. Liz detesta virtualidade, quer no real, então não se mostra facetime. Tin joga o jogo. Puta saudade intrínseca. De Pretinha, um pouco. De meu genro...

Hoje aqui, com Antônio e Helena.

Eu e Ela tomamos café juntos. Ela me instigou a nos prepararmos mais para “descer a montanha”.

Pois é.



Até breve.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

LABIRINTO



Recebi ao longo de todos esses anos aqui no dasletra pouquíssimos e, portanto, valorosos comentários.

Siguinte, assim mesmo, com i.

Lembra-se de Maria, a do post BELEZA? Se não, leia antes, clicando sobre BELEZA.

Pois é.

Segunda-feira viajei a trabalho com o pai de Maria.

- Pai, você vai se encontrar com o Agulhô? Entregue isto para ele.





Maria faz uma síntese contundente, pois simbólica, do meu exercício: a linguagem. Qualquer interpretação é válida, inclusive a que faço. 

Maria aplica sobre página de um livro, em um capítulo com o título de O ensaio como forma, um emaranhado de pontos com linhas de diferentes cores, alguns sem fim.

Acho que meu nome remeteu a algo como: agulhar...

Maria sobrepõe ao texto uma foto, molha a página o que implica na deformação da cor do papel e de sua tessitura. Produz uma nebulosidade pertinente a toda e qualquer tentativa de escrita.

No pé da página, BIZARRO.

Brigado, Maria. Precisarei de muito tempo para decifrar.



Até breve.

obs.: Fotos de frente e verso da página.

domingo, 2 de outubro de 2016

ESTEIOS



Estamos, desde a noite de sexta, em Santa Luzia. Somente eu e Ela. Demos folga de nós aos nossos netos.

Depois do almoço voltaremos para BH para cumprirmos o dever cívico, obrigado por força de Lei, e colocarmos em urna o nome daqueles que nos representarão no Legislativo e no Executivo do município.

Entre o rol de alternativas, devo ficar com a indicação que amigos do peito me fizeram de amigos do peito deles. “Gente boa, Agulhô. Dá uma força”.

Ilusão por ilusão melhor atender a dos amigos.

Ontem fomos visitar um casal aqui no condomínio. Sempre que nos é possível vamos tomar o café da tarde junto com eles. A parte que eu gosto do convívio é quando metemos o pau em amigos comuns que, naturalmente, estão ausentes. Nada mais catártico.

Já na saída perguntei ao anfitrião se ele observara que eu troquei os mourões de sustentação da cerca frontal da nossa casa.

- Eram como os seus, de dormentes de madeira... Apodreceram todos e aí eu tive que substituir.

- Acho que também vou ter que fazer o mesmo aqui...

- Eu troquei por dormentes industrializados em material sintético.

- E fica bom?

- Excelente! Para o resto da vida...

- Eu não estou querendo nada que seja de curto prazo...

Pois é. Ele acabara de me dar elemento para em reunião com outros amigos comuns e na ausência dele cair de pau. E o cara tem a coragem de lembrar que nos resta pouco? Ele que vai fazer setenta! Eu, só no ano que vem, mesmo que seja em fevereiro, vou fazer apenas 65.

Curto prazo um catzo!

Mas eu falava de ilusões. Ontem depois dos mourões assistimos a dois filmes um na Netflix e outro na Cult da Sky. Um alemão e outro franco-turco. Diametralmente opostos sob o juízo da moral.

Leiam em CINCO GRAÇAS a sinopse da produção turca.

Floating!, o filme alemão, tem como roteiro: prestes a casar, Katha embarca em uma viagem com o doador do esperma que pretende usar. Em Berlim, a noiva da moça recebe uma visita inesperada.

Nesse curto prazo que resta a ideia é dar umas despirocadas. Pelo menos na ausência dos netos.

Se você leu as sinopses dos filmes talvez entenda a lógica do post. Se não, também.



Até breve.