Emblemática a campanha da agência África
para incentivar a venda de ingressos dos Jogos Paralímpicos. Atores
globais, para “gerar visibilidade”, “representando” atletas que portam
deficiências físicas.
Aliás, alguém me explique aí, por
favor.
Por que Olimpíadas e Paralimpíadas?
Por que aquela que congrega os “sãos” e outra que acolhe os que “lhes faltam”? Há mais perversa e
abominável forma de distinção?
Mais tenebrosa é a justificativa
para a mudança de Paraolimpíadas para Paralimpíadas.
A mudança foi um pedido feito pelo Comitê Paralímpico Internacional.
Isso porque outros países de língua
portuguesa como Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São
Tomé e Príncipe e Timor Leste usam o termo Paralimpíadas, e o Comitê quis
igualar o uso da palavra. Além disso, a palavra "olimpíadas" é usada
em outra organização esportiva, o Comitê Olímpico Internacional.
Para quem não sabe, a palavra vem
do inglês "paralympic", que mistura o início do termo
"paraplegic" e com o final de "olympics" para designar o
atleta paralímpico.
Essas lógicas me dão náuseas.
Afinal, por que não uma única
Olimpíada? Assim mesmo no singular.
Com uma única abertura e
encerramento. No mesmo local, dentro do mesmo período com a mesma mídia,
reconhecimento e louvor.
Por quê?
Na época do poetinha tinha dele uma
expressão: “Perdoem-me as mulheres feias,
mas a beleza é fundamental”. O Belo é o que marca, posto que ilusão
temporária, mesmo que ele, o Tempo, leve à deficiência, à decrepitude.
E tudo será feio?
BRIGITTEs BARDOTs
Até breve.
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