“Como opinar sobre um mundo tão fragmentado? Temos de nos contentar com
narrativas parciais. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro, artistas e
pensadores vivem perplexos – não sabem o que filmar, escrever, formular.”
“... a busca de
profundidade foi substituída por um vale-tudo formal em que a inteligência é
substituída pela sacralização das irrelevâncias massificadas.”
Arnaldo Jabor em crônica publicada
hoje no Estadão.
Pois é.
Desconhecer passa a ser a grande
sacada, acompanhada por não opinar sobre nada e nem ninguém.
- Viu o que aconteceu ontem em...?
- Não.
- Como não?
- Não vi.
- Mas todo mundo viu e só se fala
nisso...
- Hum...
- Você não se importa?
- Com quê?
- Com o que aconteceu ontem em...
- Não vi.
- Deveria ter visto.
- Hum...
- Como você consegue ficar tão
alheia...
- A quê?
- Ao que está acontecendo, ora!
- Hum...
- Você não está bem, precisa
procurar ajuda, um analista talvez... Sua alienação está me preocupando...
- Não se preocupe.
- Você não se interessa por nada,
não quer saber de nada, não opina sobre nada... Nada... Nada...
- Opinar sobre?
- O que está acontecendo, caramba!
- Vamos conversar, então...
- Pois é, trocar ideias sobre as
coisas, as pessoas, interessar-se...
- Tudo bem.
- Então?
- Então o quê?
- Não vai falar sobre o que está
acontecendo?
- Luana Piovani ficou puta com a
notícia que está se separando de Scooby.
- Puxa vida! Até que enfim um pouco
de normalidade...
Até breve.
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