Afetuosa amiga do facebook inquiriu-me,
por que eu não tenho escrito no blog. Confesso que me surpreendi. Depois de
tantos anos, mais de cinco, quase sempre postando a cada dois dias, nos últimos
meses tenho me dedicado menos a este prazer solitário.
Minha amiga ainda me consulta se
estou bem.
Se disser que não me importo com o
retorno aos meus posts, que escrevo exclusivamente para mim, afastar meus
dissabores, destilar meus horrores, iluminar minhas crenças, seilá mais
porquês, estarei mentindo, mesmo que parcialmente.
Escrevo para inscrever. Botar uma
colher no meio. Significar. Posicionar. Refletir.
De uns tempos prá cá, física e
intelectualmente confesso que venho sentindo-me mais débil. Psicologicamente,
nem tanto, mas duas intervenções cirúrgicas em seis meses, delicadas e
dolorosas tiram reboleio de qualquer esqueleto.
Intelectualmente meu destesão parece-me
mais forte, não gosto do que venho acompanhando em diferentes esferas,
especialmente no debate sócio-político. Não sem razão minhas últimas incursões
no tema, INSTÂNCIA onde “entrego prá Deus” a saída da crise institucional e
TUMOR para denunciar que não existem lideranças isentas ao processo de lavagem.
Fui prá ficção no último post e,
como de outras vezes, se me pedirem para interpretá-lo eu direi que estou “de
altas”. Ficou pouco para legado, mas foi o que pintou, então fica.
Há um assunto que, em outra época,
teria sido objeto de muitas linhas. E eu acho que falo dele agora só porque fui
agulhado pela querida amiga feicebucana, que também, parece-me, tem um profundo
zelo com família.
Claudio transferiu-se para Lajes –
SC. Implica na ida de Pretinha, Noninha e Tin juntos, naturalmente. Meu genro
está lá desde abril e minha filha e meus netinhos vão agora dia 21.
Eles estão conosco em nosso
apartamento desde a última sexta-feira e a casa virou Saigon. Não vejo hora de
eles pegarem o avião e irem para a terra frozeana. Noninha deverá adorar.
Tumultuada estadia tendo em vista o
fato de que Pretinha, pior do que eu, azucrina o ambiente além de a turba ser amplificada
por seus dois coadjuvantes mais do que pilhados.
Some-se que há em preparo a
festinha de quatro anos de Noninha que será no próximo domingo, pela manhã, na
área de churrasqueiras do edifício onde moramos.
Tudo isto para dizer que estou
adorando a nova realidade que se abateu. Pretinha e meus netinhos distantes.
Vai ser um alívio imenso de tantas demandas rotineiras, de tantas idas e vindas
a pracinhas, aqui e acolá, visitas de rotinas a médicos, internações
aeronebulizantes, vacinas... Esses trens.
Vou ficar enfim livre destes
transtornos todos, ainda que esporadicamente eles retornem para gozarem dos
meus préstimos. Só de pensar que não vou ter que ouvir os gritos pavarottianos
de Tin: vovô!!! Vovô!!! Ou de ter que fazer Noninha dormir ao som de histórias
mais absurdas que alguém pode formular.
Só por isto, sinto um alívio
enorme.
Ou então é a maneira que encontro
de suportar.
Viu querida amiga, estou bem. Fique
tranquila, isso passa.
Até breve.
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