Senhor,
Coloco-me diante de sua
onipotência, onisciência, e demais prerrogativas que o fazem o Supremo Poder
entre todos os poderes.
Sei que são inúmeros os seus
afazeres divinos, especialmente, suponho, neste desprezível pedaço integrante
do Universo de sua Criação, o Planeta Terra. Nele imensos problemas de toda ordem,
profundidade e magnitude são gerados principalmente por uma de suas mais expressivas
criações que é o elemento humano.
Sei que, entre estas mazelas
terrenas, existem inúmeras outras muito mais importantes e merecedoras de sua
atenção do que aquela que, humilde e desesperadamente, trago ao Senhor.
O que Sua Criatura anda fazendo neste
insignificante Planeta do Cosmos não deve estar Lhe agradando muito.
Em que pese tudo isto, gostaria que
olhasse especialmente para o nosso país. Sei que é um pedido fundamentalmente
egoísta, mas, por favor, peço que considere. Envolve a busca pela felicidade de
mais de duzentos milhões de pessoas.
A maior parte destas pessoas tem
procurado, pela via de seu esforço pessoal e com honestidade, reunir as
condições para a sua sobrevivência e desenvolvimento. São cumpridoras de seus
deveres cívicos e morais, contribuintes com o Estado para que o mesmo retorne
em serviços principalmente de segurança, saúde e educação.
Há, no entanto, uma classe
desprezível que há centenas de anos, desde a descoberta destas terras vem se
locupletando em engenhosas trapaças construídas e protegidas por extenso e
intricado arcabouço jurídico e institucional, produzidos pelos próprios, que só
fez grassar a impunidade, marca determinante na desesperança de todos os
cidadãos de bem.
Nos últimos anos há um princípio de
conscientização, indignação e revolta de alguns que buscam serem apoiados em
seu afã de verem essa classe espúria julgada e banida da sociedade.
O Senhor, em sua infinita
misericórdia e bondade, pode nos ajudar, não?
Ou devemos passar a crer que a
anedota que inventamos que envolve o Senhor como protagonista, não é senão o reconhecimento
tácito da nossa tragédia? Estas maravilhas que o Senhor nos legou não se constituem
como o próprio paraíso por força do “povo” que o Senhor reservou colocar aqui
compondo sua arquitetura do Universo.
Senhor tenha compaixão de nós.
Nos dê uma chance de nos salvarmos
deste carma trágico, mesmo que para tal tenhamos que sofrer amarguras nunca
dantes experimentadas. Em mim o Senhor pode confiar que estou disposto a todas
as provações e aberto ao Senhor para todas as privações que o Senhor vir a
determinar para o advento de uma nova era.
Depois de ter escrito cartas aos
poderosos, confesso que até me suicidei, apiei de trens descarrilhados, quis
abandonar tudo.
De qualquer forma, contudo, achei
que ainda valia a pena recorrer-me a Ti.
Senhor escutai a nossa prece.
Até breve.
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