“Nada mais belo e verdadeiro
Que a espontânea feiura dos espelhos”.(*)
Fim de semana ótimo, apesar de tão
próximo da cirurgia a que fui submetido na quinta. A intervenção ocorreu na
região dos fundilhos, na extremidade posterior da reta dos “países baixos” ou,
como explicou meu amigo Barreto a uma amiga: “Agulhô operou de... Vou falar em
alemão para não ser inconveniente... Das Hemorroidas
Ardem”!
Na manhã do sábado fui ao
lançamento do Livro das Simpatias. Tenho uma imensa inveja, há pelo menos
quarenta anos, do Barretowski. E ele, contumaz que é, só realiza para que eu
nutra maior ainda. Tem zilhões de prêmios e foi selecionado para catálogos
inclusive nas Bienais Internacionais do Livro de Bolonha (Itália), Cidade do
México, Frankfurt e Bratislava.
À tarde fui assistir a um
espetáculo impagável. Eu fiquei paralisado enquanto filmava no IPHone a
apresentação extraordinária e inesquecível. Uma das cenas mais marcantes foi
quando a atriz principal, acho que tinha outras na quadra, olhou para alguém na
plateia e mandou efusivos beijos além de um sorriso estonteante.
Liz quando viu Antônio saiu do
ritmo da quadrilha e fez todos os gestos de alegria por ter visto o seu
priminho que também derretia de orgulho. Noninha estava esfuziante em seu
vestidinho mais do que caipira. A coreografia singela, as mãozinhas segurando o
rodado da chita, a letra e a melodia da música, os vai-e-vens, é de uma boniteza
sem tamanho.
Depois fomos para Santa Luzia, eu dirigindo.
Dormir no sítio pelo menos uma vez na semana é obrigatório e balsâmico.
Domingo, logo cedo, voltamos para
BH e fomos à primeira comunhão de uma menina linda, filha de um casal de
amigos. Fomos convidados a almoçar na casa deles. Lá estava, também, o padre
que celebrou o sacramento. Depois que fui apresentado pela anfitriã ao
sacerdote crivei-lhe com uma pergunta: O
que é ser padre hoje?
Já no finalzinho da tarde, encontro
familiar em nosso apartamento. Todos menos Bernardo (fazendo curso de Oratória
em Atibaia), Fá e Helena (em casa no período de reclusão de 90 dias pós-parto)
e Claudinho (que já havia voado para Lages-SC).
Todos já tendo ido embora, assistimos
ao filme Pássaro Branco e, depois, sozinho ainda vi a final da Copa América. O
êxito é cruel para o Humano. Não importa se ele já rondou a sua vida em
inúmeras oportunidades, se você já foi considerado durante cinco temporadas
aquele que mais se destacou em sua área de atividade.
Você não pode perder, nunca.
Principalmente quando você leva junto o país pelo qual tremula sua bandeira. A
dor de Messi é humana, demasiadamente humana.
A resposta do padre foi longa o
suficiente para dela derivar outros temas da atualidade e, junto com outros
convidados ao almoço comemorativo da primeira comunhão de Alice, refletimos
sobre quão grave tem sido a derrocada, a falência das instituições pela
profunda crise de princípios e valores.
Estava conosco um empresário militante
em ações sociais, especialmente ligadas à educação. Ele falava do risco do
aparelhamento ideológico de gênero que tem ocupado as escolas.
Este post quer registrar uma
cronologia, já que é meu quase diário, para memorar um final de semana como
outro qualquer da minha vidinha.
Melhor do que me ocupar com
perguntas idiotas e sem respostas convincentes como, por exemplo: “Como três
técnicos do Congresso Nacional, designados pela defesa da acusada, em dez dias
úteis produzem um relatório no qual fixam que ocorreram sim crimes de
responsabilidade da presidente afastada e a quase um ano mais de quinhentos
deputados, oitenta e um senadores e todo o entourage pagos pelo contribuinte
permanecem nos seus delirium tremens? Por que estão agora a discutir se foi
CRIME ou CRIME?"
Opto por outra quadrilha, o
espetáculo de Noninha com seu priminho Antônio.
Até breve.
(*) Antônio Barreto, Livro das
Simpatias, Belo Horizonte: Baobá, 2014.
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