Não consigo deixar de pensar em
pesquisa sobre a qual já fiz registro aqui. Perguntados cidadãos de 165 países
o que mais os aterroriza a resposta recaiu sobre três “medos”:
- A potencialidade de uma hecatombe nuclear;
- A irreversibilidade da fome e
- A ausência de líderes.
Dilma cai ou Dilma fica. Temer cai
ou Temer fica. Cunha cai ou Cunha fica. Renan cai ou Renan fica. Lula preso ou
Lula solto. Lula volta ou Lula fica.
Passada a festa do domingo – e que
festa – surgem os balanços qualiquantitativos. “Eram mais de um milhão de pessoas!”, afirmam uns com base em
tecnologia de celulares. “Não passaram de 800 mil.”, contradizem outros fundados
em disposição de corpos por m².
“Mas quem foi, foi só classe média, alta... Teve até champagne (sim,
porque francesa)... O povo não estava lá”...
Há os que acreditam que só foram
tantas pessoas às manifestações porque o governo “pediu” para que os opositores
não comparecessem. E o que é mais surpreendente: eles não foram mesmo. Como
podemos crer que não há autoridade neste país?
Os opositores ao “cai” farão sua
festa, regada à tubaína e sanduíche de mortadela, no dia 20 (parece) para defender
que “fica”. E o governo “pedirá” para que, os de ontem, não compareçam.
Solução salomônica futebolística.
Na segunda, 21, as manchetes darão
conta de que a festa de verdes e amarelos reuniu mais/menos do que os
avermelhados. “Mas eram a soldo das
prefeituras...” “Num vale.”, questionarão os do “cai”. “E daí, como eles pagariam o ônibus para ir às praças?”, retrucam
os do “fica”.
Feitas as contas, analisadas as
roupas, as grifes, se foram de Mercedes ou de Fusca, de trem, metrô ou a pé, se
são mais povo, na quinta-feira é provável que o tema seja os primeiros
capítulos da novela das nove ou um grande crime hediondo, tempestade ou
desabamentos. Já será a final do BBB?
Ou: Dilma cai ou Dilma fica. Temer
cai ou Temer fica. Cunha cai ou Cunha fica. Renan cai ou Renan fica. Lula preso
ou Lula solto. Lula volta ou Lula fica.
Ontem postei no feicebuc: DIRETAS
JÁ!!!. Poderia ter colocado também os jingles de campanha do Jânio, ou quem
sabe cartazes quando do retorno de Getúlio. Ah, as festas populares democráticas
do Brasil!
Como somos ingênuos, meus deuses!
Ontem fui assistir o Juca fazendo
Rei Lear do Willian. Não podia ser melhor. Ator e personagem e, pelo menos um
na plateia, refletindo sobre a tragédia da velhice. A progressiva dificuldade
de discernir as atitudes e os discursos daqueles que o cercam, o embotamento da
percepção da sinceridade e da falsidade humana.
E um tremendo receio de que a
pesquisa esteja certa e que, de fato, nada poderá ser feito.
Até breve.
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