Hoje nada de macro. Só de micro.
Dos sessenta aos sessenta e quatro
minha vida deu guinada. Eu tô meio esquisito de mim para demais.
Fisiologicamente, profissionalmente, esteticamente, culturalmente,
espiritualmente, sociologicamente, psicologicamente, sexológicamente, e todos
os sufixos mentes mais do que prováveis. Inclusive, ou especialmente, aquele
derivado do verbo mentir.
Primeiro que passou rápido. Depois
que em muitas áreas da Vida. Eu venho chutando alguns baldes e percebo que há
outros ainda que quero mandar pelos ares. Do tipo: grana.
Vou precisar de pouca, tipo quando
eu tinha lá meus dezessete e zincrava o tempo com chinelos de sola de pneu,
calça jeans e camiseta. Vou morar em Santa Luzia, menos recluso do que eu
gostaria, mas o suficiente para eu esconder meus trens agudos.
Amigo é bago de cachorro que só
anda junto. Quem quiser que me procure. Quando muito e numderepente mando um
zapzap qualquer hora. Quem de responder de bão. Se não, também.
Pretinha e Claudinho estão fazendo
malas e cuias para levar Noninha e Tin para as lages de santas catarinas.
Falam-me de saudade, se eu vou senti-la. Eu que não. Deu doída eu pego de ir lá no prontamente. Se
de menos, uns facetimes põe a gente como se vivo.
Antônio não tem nem ideia do que
andam fazendo nos seus espaços. Helena por menos de 40 dias floresce. E vai
encher aquele apê de Fá e Vlad que Antônio desde já vai entender o que é uma
mulher. Cheguei, e sô linda!
Sobram meus afazeres, para além de
minha clandestinidade enquanto intelectual de quinta. Tomara que eu ainda tenha
chance de contribuir com empresários interessados em estratégia e performance.
Vou ainda precisar de uns trocados que me dê garantia e chinelos de sola de
pneu.
Sempre achei que o meu caminho era
uma marcha para a solidão. Nada de deprê, muito antes pelo contrário. Sozinho
faço menos desfaçatezes. E quando surjo sou mais ameno, simpático, palatável,
quase sociável.
Não que eu me ache, antes porque me
procuro. E outro embola, esgota, ainda que seja indispensável. Egóico, claro,
mas quem não é. Tem muito mais solitário do que eu mesmo em companhia de
montes.
De vez em quando sai uns textos
destes e eu me regozijo. Porque no fundo, precisa de coragem. E essa eu tenho.
E vem com uma pretensão meio boçal: se olhar no fundo de cada um, a maioria
gostaria de ter semelhante para chutar seus baldes.
A Vida precisa ser mais do que tem
sido, gastar o cotidiano.
Aos setenta devo estar mais
próximo.
Até breve.
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