terça-feira, 15 de março de 2016

AGULHO




Estou recompensado.

Depois de mais de novecentos posts publicados aqui no dasletra recebi um incentivo a prosseguir. Mais do que contundente. São manifestações como o comentário postado por sei lá quem no feicebuc que me dão estímulo a prosseguir.

A infernet tem essa prerrogativa: a liberdade, pelo menos a presunção de liberdade, de opinião. E a modelagem escolhida, na verdade sugerida pelo meu filho mais velho, de “por que você num faz um blog, pai?”, tem sido o meu veio. 

Meu único compromisso com a escrita é comigo e meus demônios, especialmente os intelectuais, sem a menor pretensão de fazer causa ao outro, inclusive, ou sobretudo, aos mais próximos.

Noninha, Valentin ou Antônio que trago aqui, não são as pessoas reais que emergem do meu núcleo familiar. Eles são, aqui, figuras simbólicas que, quando os convoco, representam uma esperança utópica que mobiliza os desesperados.

Meus netos são minha metáfora.

Assim e da mesma forma com os filmes, as peças de teatro, a música, a literatura, a poesia, o ensaio, a pesquisa, que surgem como veios por onde percorro a minha inquietação. Longe de eu fazer juízo qualitativo de qualquer arte.

Meu tesão se rompe em outro lugar.

Longe de mim a tensão intelectual, ainda que possa ser entendido que desta lavra que surge o texto. Talvez eu tenha mesmo um dia sonhado ser um escritor, porque eu estava mais focado no ato do que no propósito.

Hoje, compreendo que não.

Quando me imiscuo no olhar da Política trazendo os personagens da história real, estou pouco me lixando para quanto de exatidão tem minhas supostas análises de cenários.

O que significa dizer que estou sozinho, irremediavelmente sozinho com o meu texto, daí a razão pela qual, muitas vezes, demoro a compreender o que exatamente me ocorreu para compô-lo.

Vale dizer, então, que você aí que se dispõe a ocupar-se com “estas mal traçadas linhas” deve procurar nele algo que lhe faça sentido. E jamais será aquele que a mim remeteu.

E basta.

Inscrever-me no vazio da virtualidade é meu gesto revolucionário. Desnudar-me por inteiro, através de minhas letras, é para morrer um dia vestido de significados. A existência não pode ser reduzida apenas às questiúnculas da vida cotidiana.

E se quiserem saber, isto é difícil prá c..., melhor, é extremamente difícil.

Daí a importância que dou ao comentário postado no feicebuc: “Acessei o seu blog... É ruim demais!”.


Até breve.


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