Já disse aqui. Alguns posts que
edito (na verdade a maioria deles) só vou entendê-los algum tempo depois de
escritos. Se bem que ainda fica a dúvida se são interpretações do que foi
escrito ou a razão lógica para eu tê-los produzido.
Liquidez, por exemplo, o conto que
contei ontem.
Na segunda feira fui a uma loja
para trocar os pneus do meu carro. Enquanto faziam o serviço preferi aguardar
ali mesmo em uma sala destinada aos clientes. Café, água, jornais e revistas à
disposição. Peguei a primeira revista da pilha, edição de Veja desta semana.
A reportagem da capa dá conta de
investigação do Ministério Público de São Paulo a propósito de suspeitas de
irregularidades havidas entre as empresas Bancoop e OAS. O MP de SP, diz a
matéria, pretende indiciar como investigados o ex-presidente Lula e sua esposa
Marisa.
Postei Liquidez ontem às 19:13 horas.
Em seguida fui assistir aos jornais
televisivos, outra mania que tenho. No JN a questão da capa de Veja foi ampliada
e largamente tratada e, nela, foi apresentada a defesa do ex-presidente e de
sua esposa. O advogado informou aos telespectadores que é verdadeiro o
investimento feito pelo casal quando, anos atrás, adquiriu cotas-parte no valor
de pouco mais de quarenta mil reais para a aquisição do referido imóvel.
Em dado momento o casal resolveu
não mais ficar com o imóvel e teria solicitado à Bancoop a devolução do valor
investido, portanto deixando de serem os proprietários do mesmo.
Mais? Por favor, acessem zilhões de
outras fontes que escrevem e/ou noticiam a respeito.
De minha parte, amanheci ansioso
pela continuidade dos fatos ou de suas versões. Minha ansiedade me leva a
suposições. Do tipo: hoje à noite, na edição do JN, o advogado apresentará os
documentos e comprovantes que atestam a desistência, pelo casal, do
investimento.
É simples: um comprovante de
depósito feito pela Bancoop em nome do ex-presidente e/ou de sua esposa
referente à devolução do investimento que, inclusive, teria sido declarado à Receita
Federal.
Se bem que acaba não sendo tão
simples assim, porque poderemos ter polêmica ainda a respeito da veracidade da
operação, caso o banco depositário for um Banco Rural, por exemplo, ou mesmo
que o depósito tenha sido feito em um banco ainda existente e, em tese, puro.
Agora, se a data for dezembro de 2015, mês em que já se tinha a informação de
suposta impureza d’alma, vai ficar difícil.
Essa lengalenga me dá uma pista para
o que poderia ter fundamentado Liquidez. Eu não tenho mais paciência de ouvir
determinadas coisas. Já chega o “pagamento” das pedaladas dentro do exercício
de 2015.
Essa estória do triplex, contada
pela justiça e difundida pela imprensa golpistas, envolvendo inclusive pobres
trabalhadores que declararam - produto de absoluta alucinação - terem visto os
proprietários visitando o imóvel durante a reforma ou, ainda, do dono da
construtora, responsável pela “reconstrução” do apartamento, de que a esposa e
o filho do ex-presidente estiveram em companhia do presidente da OAS quando da
vistoria de conclusão da obra, dá conta de como é cruel a perseguição a uma das
almas mais puras que nunca dantes vagaram por este país.
Ontem, recebi o Suplemento
Literário(*). Em matéria assinada pelo escritor mineiro Marcus Vinicius de
Freitas o autor cita Isaac Bashevis Singer: “No
processo de criação de histórias, tomei consciência dos muitos perigos que
espreitam o autor de ficção. O primeiro e maior destes perigos é a ideia de que
o escritor tem de ser sociólogo ou político, ajustando-se ao que se chama
dialética social”.
Sei não, mas teria sido por isto
que escrevi Liquidez?
Até breve.
(*) Edição nº1357 - Suplemento Literário de Minas Gerais
(*) Edição nº1357 - Suplemento Literário de Minas Gerais
prefiro poesias, quero poetar e bordar!
ResponderExcluirAlguém ainda se lembra da Operação Uruguai, de saudosa memória, engendrada para safar o Collor?
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