Nem era assunto para post de final
de ano.
Especialmente depois de tantos dias
que não venho à tela. Eu deveria era estar tentando falar sobre o
extraordinário filme argentino “O Clã”, que assisti ontem no cinema ou ao
dinamarquês/sueco Hotel Terapêutico que vi no domingo à noite no Max.
Ocorre que a notícia de que o
governo decidiu fechar as contas “pagando” os recursos extraídos dos bancos
para fazer face aos compromissos assumidos em orçamento de 2015 explicitou de
forma definitiva, em minha opinião, a questão aventada no pedido de impedimento
da Presidente.
Aconteceu assim: o governo assumiu
a responsabilidade pela execução de determinadas ações cujos recursos estavam
previstos e aprovados em orçamento. Só que a alocação foi, por diferentes
razões (inclusive aquela que todos sabemos da metástase da corrupção), feita
fora dos limites estabelecidos o que implicou na falta de recursos para fazer
face ao todo das despesas.
O governo sacou então de bancos
sobre os quais tem acesso irrestrito ao caixa e tocou a vida em pedaladas. Agora
o que ele se propõe a fazer por força do relatório mais do que translúcido de
todos os auditores fiscais deste país? Assumir e contabilizar dentro do
exercício fiscal de 2015.
Sim, mas e a grana real? Ora, em
qualquer colégio a matemática não falta: o país fecha 2015 com o rombo de perto
de R$120 bi para serem pagos pelos contribuintes ao longo dos próximos
exercícios. E de que forma: perdendo recursos anteriormente alocados para
saúde, educação, infraestrutura e outros itens.
Só que não dá. Vamos implementar a
Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras – CPMF - uma das siglas
mais vis já impostas à este país e continuar tocando a vida.
Qualquer contador, não de estórias
como eu, mas formado em escola de contabilidade de cursos a distância por
telefone fixo, consegue acompanhar o raciocínio. À luz da Lei ocorreu um
flagrante delito.
O Clã foi baseado em depoimentos de
testemunhas, policiais, juízes, promotores, advogados, amigos, vítimas e
perpetradores. Aborda um dos casos mais sórdidos da polícia Argentina: a
história do clã Puccio, a família "tradicional" de San Isidro, que transformou
sua mansão colonial na prisão para esconder vítimas de seus sequestros.
O filme de Pablo Trapero que levou
o prêmio de Melhor Diretor em Veneza e ultrapassou os dois milhões de
espectadores é uma crônica de horror, loucura e morte.
Hotel Terapêutico? Deixo aqui
apenas uma recomendação. Vale a pena assistir.
As analogias com nossa vidinha
ficam para os leitores.
É tudo obra de ficção.
Até breve.
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