- Vovô...
- O que é Lelê?
- De quem você gosta mais... De mim
ou da Liz?
- Da Liz.
- Poxa, vovô, perto de mim você
podia dizer que era de mim, né ô?
- Eu só falo que é de você quando
estou com a Liz.
- Ela pergunta de quem você gosta
mais?
- Também.
- E dos meninos, de quem você gosta
mais?
- Dos dois...
- E de nós quatro?
- O que tem?
- Você gosta mais da Liz e de mim
do que dos meninos?
- Lelê, eu gosto de vocês quatro
igualzinho, do mesmo tantão...
- Num é verdade...
- E por que não?
- Porque a gente não gosta de todo
mundo igual...
- Quem te falou isso, Lelê?
- Eu mesma... Tem hora que eu gosto
mais da mamãe que do que do papai e tem hora que eu gosto mais do papai do que
da mamãe...
- Como assim?
- Quando eles fazem alguma coisa
que eu não queria...
- Acho que todo mundo não gosta das
pessoas que não fazem o que elas querem...
- Num devia de ser assim, né vovô?
- E como deveria ser?
- As pessoas só deviam fazer as
coisas que as outras querem...
- Lelê, pegue aquela caixa ali, por
favor...
- Pegue você vovô...
- Num falei?
- O quê?
- As pessoas não querem fazer tudo
que a gente quer que elas façam prá gente...
- Vovô, a caixa tai perto de você,
vovô... Cê é preguiçoso?
- Eu só queria que você pegasse prá
mim...
- Ah, vovô, deixa prá lá...
- Tá bom.
- Vovô...
- Oi.
- Mas tem alguém que você gosta mais
do que todo mundo...
- Tenho, Lelê? E quem é?
- Vovó.
- Que bom que foi você que falou
isso...
- Por quê?
- Se fosse eu todo mundo
duvidaria...
- Ela faz muita coisa que você não
quer?
- Virge!!!
- E por que você gosta mais dela do
que de todo mundo?
- Como eu poderia ter a minha maior
alegria da vida, que são vocês, se não fosse ela?
- E num podia de ser com outra?
- Nunca.
Até breve.
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