Sinuca de bico pura! Para quem
torcia para quanto pior melhor, notícias de ontem geraram orgasmos múltiplos.
Não há nada que esteja tão ruim que
não posso piorar, ainda. Estamos longe do péssimo e nos invejarmos de uma
Venezuela ou, se quisermos ser mais chiques, de uma Grécia.
Mas caminhamos a passos largos.
A extraordinária edição, digna de
prêmios de academia de cinema, do programa gratuito levado ao ar em cadeia
nacional é uma demonstração evidente.
O partido que está há trinta anos
no Poder nos convida, em nome da Verdade, para reconstruirmos nossos sonhos.
Seu representante mor, Presidente
da República em exercício, já que a Presidenta viajava para os states, conclama
o povo a se reunir em torno de uma proposta de futuro.
Os verdugos sanguinários com uma
mão apunhalaram pelas costas aqueles com quem, neste momento, negociam mais
espaços explícitos na governança. Com outra, mais maquiavélica e vil, abriram o
processo de impeachment na Cama dos putos.
Perdoem-me o chulo e debitem ao meu
desespero.
Vemos toda a esperança de uma nação
inteira ruir aos frangalhos. Por um lado, um partido que foi a grande
transformação de final de século em que milhões depositaram todo o ardor por
mudanças, nas vísceras, se espatifa a luz cinzenta de seus gangsteres.
De outro lado o maior partido da
América Latina, de forma oportunista, canalha, tem a petulância satrápia de
conclamar novamente o povo descrente, disforme, órfão, vulnerável, perdido, para
mais uma empreitada suicida.
Há ainda a ação explosiva de instituição
pública que, pela santa e magna Justiça deveria estar zelando pela varredura
geral da bandalha faz o desserviço de fatiar processos que endereçavam os
corruptos à cadeia.
Triste pátria!
Em nossas praias copacabanas
arrastões de periféricos jovens excluídos. Gentalha da perifa que grassa sem
chinelos, sem lenço e sem documento, sem perspectivas e futuro, sem endereço, sem
nome e sobrenome tentam acordar os banhistas alienados.
Está acontecendo algo nesse país,
cambada!
As redes sociais brincam com nosso câncer,
por força da nossa saída histórica que não é outra, senão a nossa idiotia. A
charge com Obama e o Papa é de chorar aos gritos.
Basta, diria o nosso Pensador.
Mas não basta, somos isto na mais
pura de nossa formação. Uma gente sem eira nem beira, sem rosto, sem dignidade,
mercê de vilões novelescos, de tudo o que deveríamos a séculos abominar.
Ontem ganhei uma bandeja de doce de
coco. Escrito na bandeja um recado de quem me conhece:
“Quando nem tudo parece doce ou
leve... Eis que aparece uma gostosura para elevar os sentidos e reformular os
pensamentos.” Beijos da afilhada.
Não fosse pelo meu mundo pequeno eu
não suportaria o que meu olhar alcança.
Até breve.
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