quinta-feira, 6 de agosto de 2015

NEPAL


"Aquilo que a lagarta chama de fim de mundo, 
o resto do mundo chama de borboleta." 
Lao Tse


- “Véio, que frescura é essa? Covardia...” Foi assim que Vlad reagiu ao post de ontem.

- “Pai, shuff...” A reação de Pretinha.

Bê nem te ligo e Ela, bom Ela é outra história.

O dasletra é plural, já foi dito. Os membros da equipe de redatores podem e devem externar suas opiniões, mas nenhum deles pode, unilateralmente, por mais justas, plausíveis que sejam suas razões, decidir pela continuidade ou não do blog.

Sendo assim, vamos dar licença ao nosso colega de ontem que vinha escrevendo os últimos posts, entendendo as suas razões, mas face aos tempos que seguem, não podemos todos os demais redatores ficar sem esse espaço de trabalho.

O contista eventual, por exemplo, que de há muito não dá o ar da graça, o crítico de arte, o avô babadão, esses caras todos tem que ter a vez, mesmo que a agenda contemple a prioridade do olhar político-social.

Até porque depois das inúmeras manifestações em contrário à posição do colega autor de COVARDIA o dasletra segue como o Charlie Hebdo, apesar do ataque. Inclusive de frescuras.

Ocorre que ontem à noite, convidado por um amigo, eu fui tomar uma laranjada com mamão em um bar de shopping.

A vida vai e coloca esses acasos. O figura veio com uma conversa de pedir minha ajuda em seus projetos, acreditando estar diante de alguém que pudesse fazê-lo. O escopo do propósito do alucinado é de ser milionário.

Ele quer atingir de forma construtiva a um milhão de pessoas. Ele acredita que pode deixar um legado e que a vida merece ser vivida de forma criativa.

Seu intento partiu depois de uma síncope (ele me disse o nome da coisa, mas eu não guardei) que ele sofreu aqui em São Paulo. O piripipaco fez a fera pensar na vida e entabulou a sequência numa direção meio para lá de zen. A ideia é ir ao encontro da felicidade.

Vinte quilos a menos depois (ele pesava, pré-sincope, três dígitos), além de um chute no balde da posição de CEO de uma companhia que ele fundou e depois vendeu e teve que fazer a transição para os novos proprietários, arrumou de trepar em montanhas entre outras barbaridades alucinantes.

Escreveu um livro sobre a experiência, que ele me deu ontem de presente (em termos, porque fui eu quem pagou a conta da laranja com mamão).  Triturei o texto todo hoje enquanto voava para Sampa. 

O livro ele abre com uma citação de Oscar Wilde: “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe”.

Lá pelas tantas do texto ele vem com outra citação essa, atribuída a David Carradine, nos tempos de Gafanhoto, da série Kung Fu: “Se não conseguir ser poeta, torne-se a poesia”.

Pois é, no prefácio do livro, que sugere a princípio ser um destes textos meleques de superação e autoajuda, mas que não tem nada a ver com isso, o amigo prefaciante enuncia: “Antes que eu me esqueça, este não é exatamente um livro de viagem. É uma história de amor”.

Tomo dele a ideia e a assemelho às minhas, quando escalando as palavras. O dasletra quer ser essencialmente uma história de amor à vida. E em todas as suas personas.

E, por isto:

Até breve.


NOTA: Vlad, Pretinha e Bê são meus filhos. Ela, bem Ela é outra História.

O livro: Escalando sonhos, Gustavo Ziller, Editora tuva.

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