Mas claro, há também claridades e
intensas.
A questão é que eu me coloco numa
perspectiva de um intelectual de esquerda, que parte do que é do Universal para
o que é do Particular. Da Síria e de seus refugiados, dos crimes hediondos
contra a natureza e contra a Pessoa, só depois vou me ocupar daquilo que se
passa na intimidade do CEP 30330-160.
Sou daqueles que, em sua modesta
concepção, entende que a negação da dignidade humana deprecia o valor de
qualquer causa que necessite dessa negação para afirmar a si mesma. Escrevo
isto aos europeus, especialmente aos britânicos.
Fosse aqui, bem próximo de mim, eu me
bastaria de lux de cegar os olhos.
Antônio, nesse momento, deve estar
esquentando sua moleira em passeio a bordo de um daqueles barcos que vagam pelo
Rio Sena. Mamãe e papai, em viagem de férias, alugaram um apartamento ao pé do
qual esverdeia o mundo um parque monumental repleto de curiosidades ao olhar de
meu netinho de oito meses de idade.
Próximo, vinte minutos a bordo de
um MacLaren, Antônio chega ao símbolo da cidade luz.
Claridade e porvir também em
Noninha que já faz planos para, no próximo ano, esquentar suas alegrias em fogueiras de pipocas
e alegrias.
E em Tin, que se encolore em
tintas.
Apenas nas crianças que a
Humanidade ainda pode ser encontrada, capturada e preservada, intacta e ilesa.
Em nossa casa de Santa Luzia, sobre
a escrivaninha que há cinquenta anos misturei minhas primeiras letras, desde então
guardadas, mantenho um pôster com o poema ODA A LA ALEGRIA de Pablo Neruda, poeta de esquerda e Nobel.
No mais íntimo há esperança.
Até breve.
Ainda bem que tem consolo...
ResponderExcluirE você não pode imaginar quanto!
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