As redes sociais têm editado o
sentimento coletivo nacional.
O grande benefício da web é que,
afinal, todas – literalmente todas – as manifestações de opinião encontram
adeptos, seguidores, multiplicadores, comentaristas que fazem eco com suas
múltiplas observações da realidade.
Nada e nem ninguém é poupado e
nenhum fato, declaração, condição social, enfim nada e nem ninguém está isento
de ser feicebucado, tuitado, blogzado, azucrinado.
Eu, como zilhões, me ocupo também
de contribuir com a nova forma de produzir cultura. “Cultura” construída por
uma massa de dados e informações sem nenhum juízo de qualidade, mérito, moral,
escola, tendência ideológica, raça, credo...
Vale tudo na rede.
Há algo de crítico, porém.
Meu último post quer dar um tom de
meu pensamento sobre o que se passa nos últimos tempos na política nacional.
E para falar disso vou por um
caminho outro. Assisti, na última quinta-feira, a um belíssimo e simbólico filme.
"Bekas" (2012) de Karzan
Kader é um filme iraquiano, com atores amadores, inspirado nas experiências
vividas pelo próprio cineasta quando fugiu com sua família de Saddan Russein
nos anos noventa para a Suécia.
Dois irmãos desabrigados, Zana de sete
anos e Dana de dez anos, vivem no limite da sobrevivência. Eles têm um
vislumbre do Superman através de um buraco na parede no cinema local, daí
decidem sair de sua aldeia curda e ir para a América acreditando que, uma vez
lá, o super-herói poderá fazer alguns pedidos, como ressuscitar seus
pais e se livrar de todos os seus problemas.
Zana começa a fazer uma lista das
pessoas que ele vai pedir para o Superman punir. Dana, por outro lado, pensa no
que eles precisam para chegar lá: dinheiro, passaportes, transporte e uma
maneira de atravessar a fronteira. Infelizmente, eles não têm nada disso.
Graças ao seu trabalho árduo como engraxates conseguem juntar dinheiro
suficiente para comprar um burro com o qual eles decidem partir para realizar
seu sonho.
A esperança de dias melhores move as
duas crianças, desprovidas de carinho e cuidado, pois eles tinham que se
garantir, e sem muita perspectiva e bastante imaginação eles decidem que querem
encontrar o super-homem.
Talvez, leitor, assistindo ao filme
que está na programação do Maxprime da TV Paga, me compreenderá melhor.
“Ele vem aí, não demora não,
Ele vem aí com a vassoura na mão.”
Até breve.
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