Fui desperto na madrugada de hoje
por uma ideia estapafúrdia. Ou terá sido uma ilusão, mais um delírio, quem sabe
uma quimera? O tempo dirá, como sempre.
Trata-se do seguinte: um burocrata
lotado em um dos gabinetes da Casa Civil da Presidência da República, em
Brasília, esqueceu-se de desligar o seu laptop e a iluminação vinda do
aparelho, altas horas da noite quando o expediente republicano já havia se encerrado,
despertou a vigilância do Palácio do Planalto que foi àquele escritório para
averiguações.
Imaginei que o vigia responsável
pela batida, deparou-se com a máquina ligada. Aproximou-se, não sem receios, e
leu o que estava estampado na tela. Meu post publicado em 26 de outubro de 2014 com o título ÚLTIMACARTA.
Ali eu recomendava à recém-eleita
Presidenta, uma série de ações estratégicas que pautassem o início de seu
segundo mandato. “Que idiota!” Foi a
reação do vigia depois de concluir a leitura do meu post e desligar, na tomada,
a luz que semi-iluminava o ambiente.
Torci, nos meus devaneios madrugada
de hoje, para que ao desligar a máquina o vigia possa ter contribuído para que
o burocrata, ao retornar na manhã seguinte para o trabalho, não tenha
encontrado na tela o meu post e, claro, dada a importância do texto, ter se
esquecido dele definitivamente.
Ocorre que no post eu recomendo que
a Presidenta faça uma reunião com os governadores, protagonistas chaves do meu
plano estratégico recomendado.
Veja leitor como funcionam as
mentes delirantes: foi aí que eu me lembrei de um filme muito usado em
programas de desenvolvimento de executivos aplicados no milênio passado.
Os meus colegas contemporâneos,
provavelmente hoje trajando pijamas e chinelos e levando seus netos à universidade,
vão se lembrar do filme. Desenho animado, de umas figuras de bolinhas e
quadradinhos que se movimentavam umas entre as outras, dando a conotação de
como funcionam as equipes de trabalho, a formação de opiniões na comunidade e,
também, o surgimento de líderes.
Em dada sequência, uma das bolinhas
começa a circular em torno de quadradinhos e vai remodelando a figura até que
aqueles, antes quadradinhos, tornam-se também bolinhas. E outras, agora
bolinhas antes quadradinhos, seguem a mesma tarefa daquela que tinha iniciado o
processo até que, de repente, uma bolinha-convertida, como se percebesse, se
“rebela” e volta a ser quadradinho e repete a mesma ação da bolinha-inicial,
remodelando as bolinhas-convertidas e tornando-as novamente quadradinhos.
O que fazem as bolinhas-convertidas
que se rebelam e voltam a ser quadradinhos? Juntam-se e vão ao encalço da
bolinha-inicial e a massacram, literalmente.
Não sei se deu prá entender, mas é
mais ou menos assim.
Qualquer semelhança com episódios
recentes da cena nacional terá sido mera especulação de uma mente delirante.
Cunha e bolinha-inicial parecem figuras muito próximas.
Na reunião de ontem, entre
Presidenta e Governadores, um dos temas foi a escassez de vagas nas
presidenciárias, me perdoem, penitenciárias.
Agora posso voltar a dormir.
Como um idiota, claro.
Até breve.
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