Grécia, berço da democracia.
Vem de lá o NÃO redundo. Que NÃO é
um SIM ao calote. É um NÃO a um modelo, a uma arquitetura insustentável, a uma
falência da possibilidade da harmonia e do desenvolvimento social.
É um NÃO à barbárie.
É um NÃO à escravidão financeira, à
extorsão regulada.
É um NÃO ao imperialismo dos que
possuem muito, garrote vil dos que têm menos.
É um NÃO a esta Europa.
É um NÃO de todos os povos ao
contemporâneo.
A letra do Chico se amplia.
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Vivem pros seus maridos
Orgulho e raça de Atenas
Quando amadas, se perfumam
Se banham com leite, se
arrumam
Suas melenas
Quando fustigadas não choram
Se ajoelham, pedem imploram
Mais duras penas; cadenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Sofrem pros seus maridos
Poder e força de Atenas
Quando eles embarcam
soldados
Elas tecem longos bordados
Mil quarentenas
E quando eles voltam,
sedentos
Querem arrancar, violentos
Carícias plenas, obscenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Despem-se pros maridos
Bravos guerreiros de Atenas
Quando eles se entopem de
vinho
Costumam buscar um carinho
De outras falenas
Mas no fim da noite, aos
pedaços
Quase sempre voltam pros
braços
De suas pequenas, Helenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas:
Geram pros seus maridos
Os novos filhos de Atenas
Elas não têm gosto ou
vontade
Nem defeito, nem qualidade
Têm medo apenas
Não tem sonhos, só tem
presságios
O seu homem, mares,
naufrágios
Lindas sirenas, morenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Temem por seus maridos
Heróis e amantes de Atenas
As jovens viúvas marcadas
E as gestantes abandonadas
Não fazem cenas
Vestem-se de negro, se
encolhem
Se conformam e se recolhem
Às suas novenas, serenas
Mirem-se no exemplo
Daquelas mulheres de Atenas
Secam por seus maridos
Orgulho e raça de Atenas
Era hora de aproveitarmos e dizer um sonoro e retumbante NÃO.
Até breve.
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