Eu continuo aqui, ainda, destilando
letras em palavras fraseantes.
Atordoado, às vezes, desesperançado,
muitas vezes, ocupado com minha imensa ignorância para dar conta do extraordinário
mundo novo.
Na sua coluna de hoje na Folha (A
dura cabeça digital) Luli Radfharer, escreveu:
“Hoje que cada um é capaz de (e obrigado a) desenvolver suas próprias
referências éticas para distinguir entre usos legítimos e ilegítimos de
conteúdo em seus ambientes culturais - ou seja, de fazer sua própria seleção e
edição de conteúdo – a internet se transforma em uma espécie de lente cultural
através do qual se constrói ou distorce a realidade. A maneira como uma busca é
elaborada pode fazer uma grande diferença no tipo de resultado obtido.
Hoje que há conteúdo abundante e todos são fonte de informação, não há
mais carência de dados. Para evitar a obesidade, é preciso desenvolver um
programa de ginástica mental. Antigamente se recomendava acompanhar três
veículos de imprensa com linhas editoriais bem diferentes. Hoje isso
praticamente não existe.”
Pois é.
Assisti também ao vídeo produzido
pela Revista Trip, entrevista com o cineasta José Padilha, no qual ele diz que
o absurdo não nos causa mais. Tudo fica incorporado à paisagem e, assim, tudo segue
como está.
Tenho, portanto, sempre que posso,
especialmente quando não estou diante de meus invasores – NINJA – zapeado redes
sociais, o que me assusta diariamente. E por quê?
Sempre me interessei. Desde menino
fui sujeito da pergunta e até hoje me faço. Não sou afeito a respostas. Até no
nosso dito quando alguém responde algo, dizemos: “Matou essa!”. Por isto eu não
gosto. A vida é pergunta infinita. A morte é resposta calada.
Intão?
Dennis, um amigo dos tempos de
Fafich, compositor e poeta de pena fina, tem uma canção em que ele agulha: “Que tamanho tem o mundo, prá que lado fica o
fim”?
Matou essa, Dennis!
Essa pergunta sempre acabou comigo
e ao mesmo tempo me apazigua. A gente nunca vai saber e vai ter que continuar
procurando. No meu caso fui privilegiado, porque principalmente nos últimos
cinco anos, alarguei meus quilômetros de retinas e neurônios sobre esse
mundaréu.
E o que ficou em mim e para comigo
foi que deveria estar sempre vivo pronto para morrer. Hein???!!!
Isto mesmo, a sensação de ter
vivido o suficiente para compreender que a vida encontra sua resposta na
negação e, portanto, deve ser intensa. Dizer não a tudo que nos afeta e sim a
tudo o que nos arrebata.
Por exemplo, para hoje: “Tem uma
cunha no fundo da lama”.
Até breve.
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