Deixa de ser crime algo que eu
cometa depois que outro, pelas mesmas razões alegadas por mim, tenha cometido
em passado.
Essa é a nova conclusão à que
estamos expostos, os Homo Otários.
A canalhice virou defesa-de-tese
com foco em jurisprudência.
Os gestores da coisa pública (cada
vez menos pública) fizeram de novo e agora a mesma coisa pela qual estão sendo
julgados no TCU, com risco de demissão da chefia. Pedaladas!!!
Numa reunião sobre o quadro fiscal
do governo na semana passada, a presidente e ministros da área econômica
discutiram o assunto. Avaliaram, no entanto, que a defesa para a manobra do ano
passado, recém-apresentada ao TCU, serviria para justificar também o que foi
feito agora.
O governo argumenta que,
tradicionalmente, a equipe econômica administra o Orçamento entre janeiro e
dezembro baseada em projetos e medidas provisórias que elevam a arrecadação
(pela alta de impostos, por exemplo) ou diminuem despesas (como mudanças de regras
de programas públicos), que estão em tramitação no Congresso.
Além disso, o governo também
observa na defesa que essa prática ocorre há muitos anos, sem nunca ter chamado
a atenção do TCU. “A prática de usar cenários prospectivos não é uma coisa
nova. Isso aconteceu em 2009, quando o governo alterou a meta fiscal, e também
em 2002”, disse o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, na Comissão de
Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, há duas semanas.
Muito bem. Quando Noninha não quer
comer ou fazer qualquer coisa que reprovo eu digo à ela que vou chamar o
guarda e, para minha surpresa, até hoje tem funcionado bem a prática.
Mal comparando, é claro, como o
guarda é uma obra de ficção e não disse nada, governantes de plantão acharam
que podiam fazer esta e outras práticas que possam “administrar” as contas do condomínio.
Se bem que há, no caso atual, uma
novidade inquietante. O governo alega se se não pudesse mesmo cometer crimes já
cometidos ele, o TCU, deveria ter avisado e, portanto, eles não teriam
incorrido na manobra.
Homo Otários!
Há uma historinha muito conhecida
que conta o seguinte:
Era uma vez três porquinhos...
Era uma fez uma rainha muito má...
Era uma vez uma princesa que foi
presa por sua madrasta em uma torre muito alta...
Era uma vez uma menininha muito
pobre que ficou conhecendo, por acaso, um príncipe...
Era uma vez...
No dia dos avós ainda bem que temos
estórias para contar para nossos netinhos, até que eles cresçam e descubram que
a única parte verídica que conta no enredo é a vilania.
Até breve.
NOTA: O título deve ser lido sem o
acento e não AVÓS. Avos no sentido de parcela, como em 10/12, dez doze avos.
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