Aliás, falando de saudade e de
hipocrisia, esta não exclusiva do ex-diretor da Retrobrás (a empresa caiu de
uma das dez maiores do mundo para a 429ª posição no ranking da Revista Forbes,
tendo reduzido o seu valor à metade em um único ano), mas estendendo até aos
mais altos escalões de Repúsblica, temos que falar também da nossa.
O Clóvis de Barros Filho, quem com
corro no terreno das ideias, lançou (junto com Júlio Pompeu) o livro Somos todos canalhas – Filosofia para uma
sociedade em busca de valores (Ed. Casa da Palavra) no qual ele provoca o
leitor a fazer uma autoanálise nessa sociedade em que imperam o egoísmo e a
incapacidade de se colocar no lugar do outro.
“Sempre alguém poderá pretender – com consciência disso – fazer
prevalecer o próprio interesse particular em detrimento da convivência, em
detrimento do outro. Pode ser no trânsito, no estacionamento do shopping, no
banheiro da rodoviária, nas mais diversas situações. A pessoa não consegue
transcender o próprio umbigo, o próprio prazer”, explica
Clóvis.
Eu perguntaria: A pessoa, Clóvis? Que pessoa?
Por outro lado, o psicanalista
Jorge Forbes coloca: “Vivemos um período
em que as pessoas se sentem muito perdidas, a sociedade está `desbussolada´.
Frente à angústia atual, todo mundo quer um chefe na vida que dita o padrão do
bom gosto. Nessa época em que se perdeu o que é certo e o que é errado, as
pessoas têm angústia de exercer essa liberdade. Como tudo pode, é possível
errar mais. E isso as aflige. Ao expressar o desejo mais livremente, elas se
angustiam, porque têm o poder da escolha.
Nesse momento de desbussulamento, ter um chefe que diga o que é certo e
qual é o errado me acalma frente às minhas escolhas e aos meus desejos, em
relação a tudo na vida.”
A Rádio Guarani 96,5 – A rádio que
tocava o bom gosto (leia o post OBSOLESER (*)), foi leiloada e quem
assumiu a frequência foi uma instituição religiosa. Ouvi essa semana a pregação
de um Pastor que me fez tremer com a capacidade extraordinária de alguns em
captar o inconsciente coletivo. Ele disse em sua pegação: “Não se importe com
isso, meu irmão, até o Cristo por um momento se viu sem o seu pastor e voltou
para a casa do Senhor”.
Pois é, Jorge, para alguns a
sociedade está mesmo é “deusbussolada”.
Ajam panelaços e dízimos.
Por sua vez, Noninha, dia desses voltou
eufórica da escolinha cantando uma canção que provavelmente acabara de
aprender. A mãe orgulhosa pediu que ela cantasse de novo a música.
- Não mãe, o gato comeu a minha
língua!
Morro de saudade da época que eu
era ovo e não tinha ainda me tornado galinha, portanto, canalha. (Para
desentender, leia o post anterior).
Publico aqui, o penúltimo post
antes de completar o 800° que espero trazer amanhã (data em que comemorarei
quatro anos de edição), a foto de minhas mais caras esperanças e que passará a
partir de hoje ilustrar o blog.
Até breve.
(*) Quis
escrever assim para provocar mais o sufixo, só fixando-o.
Desejos são como sonhos?
ResponderExcluirLindos!
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