quinta-feira, 7 de maio de 2015

SUSTENTABILIDADE



Aliás, falando de saudade e de hipocrisia, esta não exclusiva do ex-diretor da Retrobrás (a empresa caiu de uma das dez maiores do mundo para a 429ª posição no ranking da Revista Forbes, tendo reduzido o seu valor à metade em um único ano), mas estendendo até aos mais altos escalões de Repúsblica, temos que falar também da nossa.

O Clóvis de Barros Filho, quem com corro no terreno das ideias, lançou (junto com Júlio Pompeu) o livro Somos todos canalhas – Filosofia para uma sociedade em busca de valores (Ed. Casa da Palavra) no qual ele provoca o leitor a fazer uma autoanálise nessa sociedade em que imperam o egoísmo e a incapacidade de se colocar no lugar do outro.

“Sempre alguém poderá pretender – com consciência disso – fazer prevalecer o próprio interesse particular em detrimento da convivência, em detrimento do outro. Pode ser no trânsito, no estacionamento do shopping, no banheiro da rodoviária, nas mais diversas situações. A pessoa não consegue transcender o próprio umbigo, o próprio prazer”, explica Clóvis.

Eu perguntaria: A pessoa, Clóvis? Que pessoa?

Por outro lado, o psicanalista Jorge Forbes coloca: “Vivemos um período em que as pessoas se sentem muito perdidas, a sociedade está `desbussolada´. Frente à angústia atual, todo mundo quer um chefe na vida que dita o padrão do bom gosto. Nessa época em que se perdeu o que é certo e o que é errado, as pessoas têm angústia de exercer essa liberdade. Como tudo pode, é possível errar mais. E isso as aflige. Ao expressar o desejo mais livremente, elas se angustiam, porque têm o poder da escolha.

Nesse momento de desbussulamento, ter um chefe que diga o que é certo e qual é o errado me acalma frente às minhas escolhas e aos meus desejos, em relação a tudo na vida.”

A Rádio Guarani 96,5 – A rádio que tocava o bom gosto (leia o post OBSOLESER (*)), foi leiloada e quem assumiu a frequência foi uma instituição religiosa. Ouvi essa semana a pregação de um Pastor que me fez tremer com a capacidade extraordinária de alguns em captar o inconsciente coletivo. Ele disse em sua pegação: “Não se importe com isso, meu irmão, até o Cristo por um momento se viu sem o seu pastor e voltou para a casa do Senhor”.

Pois é, Jorge, para alguns a sociedade está mesmo é “deusbussolada”. Ajam panelaços e dízimos.

Por sua vez, Noninha, dia desses voltou eufórica da escolinha cantando uma canção que provavelmente acabara de aprender. A mãe orgulhosa pediu que ela cantasse de novo a música.

- Não mãe, o gato comeu a minha língua!

Morro de saudade da época que eu era ovo e não tinha ainda me tornado galinha, portanto, canalha. (Para desentender, leia o post anterior).

Publico aqui, o penúltimo post antes de completar o 800° que espero trazer amanhã (data em que comemorarei quatro anos de edição), a foto de minhas mais caras esperanças e que passará a partir de hoje ilustrar o blog.



Até breve.

(*) Quis escrever assim para provocar mais o sufixo, só fixando-o.

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