terça-feira, 12 de maio de 2015

OITOCENTOSEUM



OITOCENTOSEMQUATRO calou-me por mais de oitenta horas. Com tantos nada cingiu. Tudo segue. Em casos, até de pior (pessimismo pisciano).

Roxos em pele, dolores. Corações perdidos em abalos por saudades e rompimentos. Maus feitos. Perdas em moedas de todos os centavos. Tramas, traumas, trotes, trumans...

Escrever deveria de ser de proibido. Especialmente em tempos de agora. Sem nuances. Assim, a grosso. 

Fiquei sabendo ontem que Europas resolvem a miséria de despossuídos e fugidios de guerras, trastes humanos, que zingravam mediterrâneos, asardinhados. Europas vão destruir embarcações de esperança dos malditos. Pobres dos novos bárbaros, vendedores de bolsas de grife em Venezians.

Do lado de cá lavagem, para porcos.

Eu, no meu pequeno, ainda peno com meus trens noturnos e internos. Pensei até em demitir meu redator de crítica política, colocaria a culpa em crise, redução de custos, como em tantos jornais, até nos mais tradicionais.

O contista, tornaria mortal, portanto, finituaria. Há dois filmes ainda no bojo do crítico de cinema: Feio (indiano) e Bastardos (francês). Dois obrigatórios. Tenho que vê-los de novo, para diluições.

E o humor, fica para os acontecimentos. Amigo de Vlad que está grávido de primeiro rebento perguntado qual gostaria fosse o sexo do bebê, vociferou: - "Qualquer um, desde que nasça e morra com o mesmo sexo!" Fino!

Tempos para gente de estômago e cérebros vazios de estupores.

Adorei, contudo, meu dia das mães que foi na coxia do Bê. 

Tim, afinal, com os bracinhos céus-me-guardem, andou quilômetros abaixo do pé de jaboticaba. De muito só tomou um tombo, que eu contasse. Antônio, que temo de por apelido, um lorde com seus veludos fádantes. Seu cabelinho penteadinho e aquele ar de "estou entendo tudo" . Chorar só se for aos gritos de acordar gatos em cestas.

Noninha, a primeira, me arrasa.

Meus filhos, genro, nora e, Ela.

Viver vai ficando cada vez mais miudinho e imenso. Me dá um vontade danada de guardar.

Aí aconteceu acaso. Este post já estava tingido até o final no ônibus do Conexão Aeroporto, quando, no vôo azul para São Paulo, em me deparo com Pitty, deliciosa no Canal Bis da TV à bordo.

Entrevista e cancha de algumas canções descobri um novo. Em umas das canções ela diz: "Eu estava sempre por aqui o tempo todo, só você não viu." "Nunca escrevi uma canção quando estava feliz. A felicidade é leve. Compor é um sofrimento, como uma autoanálise. Meus demônios viram música."

Tem composições como: "Eu vou te transformar em uma canção para poder gravar em mim." Ou em outra: "Sou mais que os seus olhos podem ver."

Foi Pitty quem disse: Eu gosto quando vem a fagulha."

Vou comprar todos os CD dela.

Depois entrou Cazuza: "Carreira, dinheiro, canudo." Tirando do cotidiano, para alguns: carreira profissional, grana e diploma universitário e, para ele (talvez, tendo querido dizer) carreirinha, pó e canudo para inalar. Eram tempos de picos.

Ah, a poesia: "jogado aos teus pés... Exagerado!"


Até breve.





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