Tenho por hábito e necessidade
assistir diariamente aos jornais televisivos da noite e, com especial atenção,
ao das vinte e uma horas na TV Cultura da Fundação Padre Anchieta.
“A primeira condição para modificar
a realidade consiste em conhecê-la.”
Aprecio por ser, além de um
noticiário, um espaço onde se discute de maneira plural e coloquial os temas
tratados pelas matérias jornalísticas com o apoio, ao âncora do programa, de conceituados
intelectuais que se alternam em duplas ao longo de cada dia da semana.
É natural que, por ser plural, ele
seja aberto a todas as tendências e opiniões a respeito dos fatos o que dá ao
programa um sentido muito importante à reflexão e ao posicionamento dos
espectadores, muito em linha com o propósito do viés filosófico que sustenta a
grade da emissora.
Belo dia tomo contato, através do
programa, que a Rede Minas, canal aberto do estado, estaria recebendo o jornal
para disponibilizá-lo para nós mineiros ampliando assim o alcance de sua
contribuição, já que na TV Paga os anunciantes já tinham acesso à programação
da TV Cultura.
Liguei imediatamente para um amigo,
então presidente da Rede Minas para parabeniza-lo e sua equipe pela
extraordinária conquista fazendo votos que a inciativa pudesse sim estimular a
audiência para um conteúdo oportuno, necessário e importantíssimo face ao
conjunto de realidades.
Embora pesquisas deem conta de que a
emissora esteja no segundo lugar das emissoras mais queridas, está longe do
índice de audiência dos demais canais sejam abertos ou pagos o que, claro, não
surpreende.
Na edição de ontem o âncora do
jornal informou que o Governo do Estado determinou à Rede Minas a suspensão do
convênio com a TV Cultura para a transmissão do Jornal. Medida semelhante, a
coisa de um mês atrás, foi tomada na líder de audiência de rádio local da
capital com a demissão sumária do Diretor de Redação que trabalhava na emissora
há mais de trinta anos.
Nunca me esqueço de uma máxima de
Adolf Hitler: “Todo povo informado é um
povo perigoso”.
“A liberdade de eleição permite que
você escolha o molho com o qual será devorado.”
Medidas como essa são inconcebíveis
até sobre o ponto de vista da inteligência, mais do que pela injustiça ou abuso
do poder discricionário conferido pelo cargo que ocupa um governante.
Surpreendo-me cotidianamente com fatos
semelhantes e a repercussão dos mesmos, que se incorporam à paisagem, não
implicando em nenhuma reação imediata e contundente das instituições
responsáveis pela manutenção da liberdade de expressão no país.
“Vivemos em plena cultura da
aparência: o contrato de casamento importa mais que o amor, o funeral mais que
o morto, as roupas mais do que o corpo e a missa mais do que Deus.”
Afinal, como diz a mãe de uma
querida amiga: é o que temos para hoje. Além do mais e de qualquer forma...
“A utopia está lá no horizonte. Aproximo-me
dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre
dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia?
Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Todo dia amanheço com um
sentimento.
“Tenho saudades de um país que
ainda não existe no mapa.”
Faço com este post homenagem a
Eduardo Galeano, dono das citações em negrito e itálico, para dizer que nossa
América Latina ainda merece cuidado para trazer abertas as suas veias.
Galeano, escritor uruguaio, nos
deixou ontem aos 74 anos de idade. Perdemos mais um dos imprescindíveis.
Até breve.
Excelente! Acredito que preciso assistir mais o Jornal da TV Cultura...
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