Enquanto isto, sentado em uma poltrona, em charmoso
apartamento da Avenida Vieira Souto, no Rio, segunda-feira à noite, estava o
bilionário húngaro George Soros, 29º na lista da Forbes 2015, famoso pela
habilidade em multiplicar recursos, assim como pelos pesados investimentos em
ações sociais.
Em torno dele, distribuída por outros sofás – e mais gente em
pé, aqui e ali – uma seleta plateia ávida por informações sobre o visitante. O
assunto não era sobre fortunas ou como fazê-las crescer. E sim sobre a cultura
da filantropia, tão disseminada em países do Primeiro Mundo e que, aqui, apenas
começa a engatinhar.
Soros deu uma aula sobre terceiro setor. Liberal conhecido,
assumidamente democrático, Soros surpreendeu seus ouvintes por ser a favor da
taxação de heranças. A favor por quê? Porque é uma maneira de “ajudar” donos de fortunas a contribuir
para o terceiro setor. Mas não foi isso, advertiu, que o levou a dedicar-se à
filantropia. “A ideia de ajudar
amadureceu, em minha mente, lá por 1979, quando dei à Hungria a Universidade de
Budapeste. Pensei: o que eu estou fazendo com minha vida? E me propus um novo
rumo.”
De lá para cá, a coisa cresceu e, na crise entre Rússia e
Ucrânia, o húngaro ofereceu US$ 1 bilhão à segunda, sob condição de que a
Comunidade Europeia também contribuísse.
Aqui em Desertisland, em dezembro, a gestão Graça Foster
(RETROBRAS) havia proposto um valor de R$ 4 bilhões, que foi recusado. A
diretoria subiu para R$ 5 bi que foram também rejeitados. Quando assumiu,
Bendine (o novo presidente) ouviu dos auditores que Graça e sua equipe estavam
perdidos, dispostos a entregar qualquer número só para ter certificação.
Agora foi fechado, com aval de auditoria internacional, o
número de R$ 6 bi de sangria da bandalha, além de outro susto no mercado e no
governo, com o reconhecimento contábil de que os ativos valem menos do que
anteriormente calculado, de R$ 44 bilhões.
Aí a Justiça Federal fixou em R$ 18,64 milhões indenização em
favor da Retrobrás, reconhecida como vítima na sentença dos seis condenados por
crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa nas obras da Refinaria
Abreu e Lima, em Pernambuco.
O presidente da Retrobras, Aldemir Bendine, procurou passar
mensagem otimista em entrevista coletiva. “A
Petrobrás não vai parar. Não vai entrar em marcha à ré”, afirmou.
Nada que preocupe, claro até porque diante do acúmulo de
poder do vice Michel Temer, parlamentares passaram a chamar o Palácio do Jaburu
de Posto Ipiranga - numa alusão à propaganda da rede que promete resolver qualquer
problema.
Amanhã minha jornada começa novamente cedo, devo levar
Noninha para assistir a peça de teatro Lili canta o Mundo na Biblioteca
Pública. À tarde conduzo workshop com empresários sobre: “Benefícios da crise”.
Como disse uma leitora em comentário: “A vida é curta”.
Até breve.
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