quinta-feira, 23 de abril de 2015

LILI



Enquanto isto, sentado em uma poltrona, em charmoso apartamento da Avenida Vieira Souto, no Rio, segunda-feira à noite, estava o bilionário húngaro George Soros, 29º na lista da Forbes 2015, famoso pela habilidade em multiplicar recursos, assim como pelos pesados investimentos em ações sociais.

Em torno dele, distribuída por outros sofás – e mais gente em pé, aqui e ali – uma seleta plateia ávida por informações sobre o visitante. O assunto não era sobre fortunas ou como fazê-las crescer. E sim sobre a cultura da filantropia, tão disseminada em países do Primeiro Mundo e que, aqui, apenas começa a engatinhar.

Soros deu uma aula sobre terceiro setor. Liberal conhecido, assumidamente democrático, Soros surpreendeu seus ouvintes por ser a favor da taxação de heranças. A favor por quê? Porque é uma maneira de “ajudar” donos de fortunas a contribuir para o terceiro setor. Mas não foi isso, advertiu, que o levou a dedicar-se à filantropia. “A ideia de ajudar amadureceu, em minha mente, lá por 1979, quando dei à Hungria a Universidade de Budapeste. Pensei: o que eu estou fazendo com minha vida? E me propus um novo rumo.”

De lá para cá, a coisa cresceu e, na crise entre Rússia e Ucrânia, o húngaro ofereceu US$ 1 bilhão à segunda, sob condição de que a Comunidade Europeia também contribuísse.

Aqui em Desertisland, em dezembro, a gestão Graça Foster (RETROBRAS) havia proposto um valor de R$ 4 bilhões, que foi recusado. A diretoria subiu para R$ 5 bi que foram também rejeitados. Quando assumiu, Bendine (o novo presidente) ouviu dos auditores que Graça e sua equipe estavam perdidos, dispostos a entregar qualquer número só para ter certificação.

Agora foi fechado, com aval de auditoria internacional, o número de R$ 6 bi de sangria da bandalha, além de outro susto no mercado e no governo, com o reconhecimento contábil de que os ativos valem menos do que anteriormente calculado, de R$ 44 bilhões.

Aí a Justiça Federal fixou em R$ 18,64 milhões indenização em favor da Retrobrás, reconhecida como vítima na sentença dos seis condenados por crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

O presidente da Retrobras, Aldemir Bendine, procurou passar mensagem otimista em entrevista coletiva. “A Petrobrás não vai parar. Não vai entrar em marcha à ré”, afirmou.

Nada que preocupe, claro até porque diante do acúmulo de poder do vice Michel Temer, parlamentares passaram a chamar o Palácio do Jaburu de Posto Ipiranga - numa alusão à propaganda da rede que promete resolver qualquer problema.

Amanhã minha jornada começa novamente cedo, devo levar Noninha para assistir a peça de teatro Lili canta o Mundo na Biblioteca Pública. À tarde conduzo workshop com empresários sobre: “Benefícios da crise”.

Como disse uma leitora em comentário: “A vida é curta”.



Até breve.

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