Participei ontem de um jantar com
grupo de pessoas com as quais farei uma viagem à Itália proximamente.
Ao meu lado, sentou-se uma
ex-autoridade pública do setor de educação, hoje prestando consultoria para
governos de outros países. Disse-me ela que, embora tivesse recebido inúmeros
convites federais, estaduais e municipais, declinou de todos.
- “Preciso desintoxicar-me”...
Não era o momento, claro, para
abordá-la ansiando saber da experiência, mas foi ela mesma quem se abriu como
se oportunizasse a ocasião para um desabafo comovente.
- “Estou desolada com tudo o que
andam fazendo nesse país... Tivemos tanto trabalho para fazer muito aquém do
que necessitamos... Estão destruindo o pouco que fizemos”...
Procurei nos posts anteriores ousar
um diagnóstico e um prognóstico. O título dos posts DE AGNÓSTICO e PRO
AGNÓSTICO ensejam a provocação com a ênfase em agnóstico.
Alguns dos agnósticos mais famosos
são: Albert Camus, Bill Gates, Charlie Chaplin, Gilberto Gil, Caetano Veloso,
Chico Buarque, Brad Pitt, Charles Darwin e Albert Einstein.
O escritor argentino Jorge Luís
Borges afirmou sobre o agnosticismo: "Eu
não sei se tem alguém do outro lado da linha, mas ser um agnóstico significa
que todas as coisas são possíveis, mesmo Deus. Este mundo é tão estranho, tudo
pode acontecer, ou não acontecer. Ser um agnóstico me permite viver em um mundo
mais amplo, em um mundo mais futurístico. Isso me faz mais tolerante”.
Longe de eu querer entender e falar
sobre, só que está mesmo complexa a tarefa de construir um pensamento sobre as
atualidades. E olha que eu sou tolerante. Em meio a tantos bombardeios de
notícias, fatos, factoides, versões, pareceres, sobra pouca chance para uma razão
conclusiva.
Tudo e nada pode acontecer,
simplifica por demais. Prefiro trabalhar na tese de que há algo que precisa
acontecer e, mesmo que modesta, dar uma contribuição para que efetivamente uma
utopia seja possível.
Foi o que procurei dizer à minha
desolada companhia no jantar.
- “Não desista, por favor,”...
Ao final do jantar, quando já nos
despedíamos, a ex-autoridade pública em Educação apertou a minha mão e disse:
- “Vou precisar de seis meses, mas sei que a missão é tóxica”!
Até breve.
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