Ariano Suassuna em entrevista à
Eric Nepomuceno no programa Sangue Latino do Canal Brasil perguntado se
acreditava em Deus respondeu que sim. “A
desgraça do mundo é a melhor prova de que Deus existe. Não pode ser só isto.”
Disse ainda que entre a resignação
e a indignação opta pelo caminho do meio, a esperança. Não vivemos momentos que
nos levem à resignação e muito menos à indignação, mas em tempo de nos
balizarmos por uma esperança ativa.
Tenho refletido sobre os últimos
acontecimentos políticos no Brasil, procurando me abster de pensar naquilo que
eles estão impregnados pela repetição. Sem concluir fiquei me perguntando,
nestes tempos de explicitação do real, porque não nos damos conta de quem tem
verdadeiro poder no movimento democrático brasileiro.
O baluarte vivo da engenharia
política nacional, o dos maribondos, está no painel desde logo saímos da
redentora que, em março agora, completa 51 anos de instalação e 30 que a
deixamos e entramos no sistema de Liberdade
Vigiada patrocinada por um saudoso general da Abertura.
O dos maribondo de fogo era Vice.
Em um golpe da sorte, tornou-se protagonista e nos deu dois cruzados no queixo
e nos meteu em tantos outros caóticos voares.
Se olharmos bem para o mapa da
história do período não será difícil a olho nu observarmos como o Brasil viveu
a mercê da trama dos brilhantes articuladores da região de cima do país. E, por
favor, nada contra a terra dos cabra da
moléstia, muito antes pelo contrário. Ariano e milhões de outros são dali.
Ao longo de todos esses anos eles
foram sombra como se espelhassem naquele que efetivamente comandava no período
de nossas trevas: o Golbery. E assim seguem de uma maneira que a mim faz
admirá-los pela inteligência, pela argúcia, pela frieza, por tudo que sempre
estudei como características de liderança.
Tenho o maior respeito por estes
caras.
Vejam a sucessão, estudada
milimetricamente, com zelo, com paciência, suportando pressões vindas de todos
os subpoderes como o da mídia, do
judiciário, do executivo e até de inúmeras ações da sociedade civil.
O de Alagoas, maribondo sem bigode
e de pelos implantados, senhor do mesmo brilhantismo de articulação e
dissimulação daquele que se aposenta dos holofotes, mas que fica ali, na
espreita, blindando o pupilo-maior de emboscadas marotas. Sem lupa parece o bem
público circulante...
Enquanto o pau come na gerentona-cheia-de-boas-intenções,
no sapo-barbudo, nos executivos das embrulhadeiras pesadas e nos contadores de
moeda verde, eles seguem ditando a História.
No arrombo da Lei, veremos quem
sobra. Faço já uma fezinha com meus queridos fiéis dezessete leitores diários,
pode dar algum mestreu para todos, menos para os mesmos. Seja que golpe for, construído
pelas instituições constituídas ou até mesmo tramado nos porões da caserna (tomada
pela força), um deles será Vice.
Ariano, querido, eu gostaria muito
de somar contigo.
Até breve.
País sem ordem e sem progresso.
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