domingo, 8 de fevereiro de 2015

RAPINAS



Ariano Suassuna em entrevista à Eric Nepomuceno no programa Sangue Latino do Canal Brasil perguntado se acreditava em Deus respondeu que sim. “A desgraça do mundo é a melhor prova de que Deus existe. Não pode ser só isto.”

Disse ainda que entre a resignação e a indignação opta pelo caminho do meio, a esperança. Não vivemos momentos que nos levem à resignação e muito menos à indignação, mas em tempo de nos balizarmos por uma esperança ativa.

Tenho refletido sobre os últimos acontecimentos políticos no Brasil, procurando me abster de pensar naquilo que eles estão impregnados pela repetição. Sem concluir fiquei me perguntando, nestes tempos de explicitação do real, porque não nos damos conta de quem tem verdadeiro poder no movimento democrático brasileiro.

O baluarte vivo da engenharia política nacional, o dos maribondos, está no painel desde logo saímos da redentora que, em março agora, completa 51 anos de instalação e 30 que a deixamos e entramos no sistema de Liberdade Vigiada patrocinada por um saudoso general da Abertura.

O dos maribondo de fogo era Vice. Em um golpe da sorte, tornou-se protagonista e nos deu dois cruzados no queixo e nos meteu em tantos outros caóticos voares.

Se olharmos bem para o mapa da história do período não será difícil a olho nu observarmos como o Brasil viveu a mercê da trama dos brilhantes articuladores da região de cima do país. E, por favor, nada contra a terra dos cabra da moléstia, muito antes pelo contrário.  Ariano e milhões de outros são dali.

Ao longo de todos esses anos eles foram sombra como se espelhassem naquele que efetivamente comandava no período de nossas trevas: o Golbery. E assim seguem de uma maneira que a mim faz admirá-los pela inteligência, pela argúcia, pela frieza, por tudo que sempre estudei como características de liderança.

Tenho o maior respeito por estes caras.

Vejam a sucessão, estudada milimetricamente, com zelo, com paciência, suportando pressões vindas de todos os subpoderes como o da mídia, do judiciário, do executivo e até de inúmeras ações da sociedade civil.

O de Alagoas, maribondo sem bigode e de pelos implantados, senhor do mesmo brilhantismo de articulação e dissimulação daquele que se aposenta dos holofotes, mas que fica ali, na espreita, blindando o pupilo-maior de emboscadas marotas. Sem lupa parece o bem público circulante...

Enquanto o pau come na gerentona-cheia-de-boas-intenções, no sapo-barbudo, nos executivos das embrulhadeiras pesadas e nos contadores de moeda verde, eles seguem ditando a História.

No arrombo da Lei, veremos quem sobra. Faço já uma fezinha com meus queridos fiéis dezessete leitores diários, pode dar algum mestreu para todos, menos para os mesmos. Seja que golpe for, construído pelas instituições constituídas ou até mesmo tramado nos porões da caserna (tomada pela força), um deles será Vice.

Ariano, querido, eu gostaria muito de somar contigo.



Até breve.

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