"A segurança é algo com que vocês, cruzados, só podem sonhar." Declaração
de militante do EI antes de participar, recentemente, da decapitação dos 21 egípcios
cristãos.
O Estado Islâmico (EI) tem se
expandido para além de suas bases na Síria e no Iraque. A exemplo do que
ocorreu com a Al-Qaeda, grupos afiliados ao EI tem surgido no Afeganistão, na
Argélia, no Egito e na Líbia. Segundo o general Vincent R. Stewart, diretor da
Defense Intelligence Agency, o EI "começa a expandir sua marca
internacionalmente".
"Não queremos que nenhum
membro do EI tenha a impressão de que, se mudar para algum país vizinho, estará
basicamente num lugar seguro, longe do alcance dos Estados Unidos",
afirmou o porta-voz de Obama, Josh Earnest.
"É um conflito real. Os membros
do EI estão tentando criar um território separado da ampla coalizão islamista e
os estão desafiando em seu próprio terreno", disse Frederic Wehrey, do
Carnegie Endowment. "Ao mesmo tempo, outros extremistas estão se
desligando, atraídos para o EI e ficando mais audaciosos."
...
Enquanto isto, Roberto Damatta em
sua crônica de hoje no Estadão, a propósito de tese do brasilianista inglês Richard
Moneygrand, escreveu:
“O carnaval seria um ritual - uma cena fixada para ser repetida -
dinamizado pela igualdade substantiva de todos perante todos; e não pelo
igualitarismo político burguês ou liberal de todos perante a lei. Trata-se de
uma festa em que a ênfase no corpo mascarado, nu ou fantasiado dos
participantes desnuda, num desabafo, um sistema hierarquizado, aristocrático e legalissimamente
autoritário. Uma sociedade familística e alérgica a qualquer forma de equidade,
precisa de um suspiro de igualdade e individualismo. O ideal carnavalesco de
ter uma licença limitada para 'fazer tudo' até mesmo competir, só ganha essa
força porque vocês, sendo católicos, marcam com o excesso os últimos dias do
advento, o qual vai se abrir para a Quaresma e para a Semana Santa. O
nascimento do Cristo, por contraste com a sua paixão e ressurreição, são
dinamizados pela igualdade festiva da carne e pelas cinzas humildes da
disciplina dos tempos em que os santos se cobrem de roxo. Antes, porém, de
abandonar (levar no velho latim) a carne (cerne-vale); permite-se a bagunça de
exagerar o seu uso. Antes do luto cinzento, o mel brilhante viscoso e ardente
da carne.
Se o centro do carnaval era celebrar abertamente a malandragem e a
esbornia do igualitário, relativizando o luxo dos aristocratas e o poder de
impunidade dos poderosos, teria isso algum valor festivo no Brasil de hoje?
Atualmente, falou o velho brasilianista um tanto sério, ocorre um
escândalo carnavalesco todos os dias. O governo, mascarado, mente
carnavalescamente. Acabou-se o riso alegre dos papéis invertidos. Hoje, o
guardião dos recursos públicos é o primeiro a roubá-los. O dinheiro do povo é
posto aos bilhões em bancos estrangeiros. Virou uma rotina a afinidade
predatória do Estado para com a sociedade. Se não há mais ordem, como -
pergunto eu - viver uma festa da desordem? O carnaval tornou-se banal,
medíocre, trivial e diário”.
...
Notícia também publicada hoje no
Estadão: “A Justiça suíça abriu uma
investigação por lavagem de dinheiro contra o banco HSBC e policiais fazem uma
operação de busca e apreensão na sede da instituição em Genebra na manhã desta
quarta-feira, 18. O processo foi aberto depois que uma rede de jornais revelou
que o banco havia ajudado 100 mil clientes de todo o mundo a abrir contas na
Suíça e fugir do controle de seus países. Mais de 8,7 mil contas tem uma
relação com clientes brasileiros, entre eles ex-funcionários da Petrobrás”.
...
Ah, me lembrei de outro ponto.
Hackers, há coisa de dois anos, veem “atacando” contas bancárias de megaorganizações
transnacionais fazendo estragos monetários de alta monta. É o tipo de notícia apocalíptica
que se alastrar é muito mais aterrorizadora do que qualquer decapitação
coletiva.
Hoje, no Brasil, os bancos e o comércio abrem
suas portas ao meio-dia.
Nossa vidinha volta ao normal.
Até breve.
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