quarta-feira, 28 de janeiro de 2015



“Hitler e Goering, fundador da Gestapo, comandante da força aérea, viciado em morfina e ladrão de obras de arte, estão no topo de uma torre de rádio em Berlim onde avistam toda a cidade. Hitler diz que ele gostaria de fazer alguma coisa para colocar um riso nos tristes rostos dos berlinenses. Goering reflete por um instante e sugere: Por que você não pula?” (Trecho da coluna Riso do Riso de Roberto Damatta publicada nos jornais de hoje).

...

Em criança minha alternativa foi ser palhaço. Inúmeras razões desde as justificadas pela penúria familiar até aquelas decorrentes dos incontáveis desentendimentos entre os membros. Afora os dissabores de variadas montas e repercussões.

Enfim, pedreira.

Eu inventava personagens, imitava comediantes, ridicularizava políticos, traquinagens que faziam minha mãe chorar de rir, além de perder o controle fisiológico. Não foram raras as vezes em que ela saiu pela casa a procura do banheiro com a urina escorrendo entre as pernas.

Mas eu não era feliz. Desde sempre soube porque produzia minhas performances e o cerne do conteúdo de minhas escolhas. Era preciso e, talvez, só eu mesmo no universo familiar, fosse capaz de drenar os espíritos.

Quando me descobri “escritor” escrevi horrores, somente horrores, incontáveis lamentos contidos e censuráveis, quase demoníacos. E os guardei por décadas nas entranhas da razão e da sensibilidade.

A vida adulta me colocou muito cedo na lida. Era preciso “ganhar” o pão de cada dia, constituir família, tratar-me. Os caminhos percorridos foram e ainda são muitos mais tranquilos do que eu pudesse merecer e me permitiram tudo.

Ontem, pelo que escrevi nos últimos posts, alguém me mandou WhatsApp.

- “Humor...”

Pois é.




Até breve.

Leia a coluna:  RISO

Nenhum comentário:

Postar um comentário