A excitação precede à ereção, assim
como a existência precede à essência.
Foi a conclusão a que cheguei
enquanto fazia uma sauna no final de semana. Não sem antes passar por Sartre e
pelos enunciados do princípio ativo da pílula azul.
O vapor e a essência de eucalipto
quase sempre me permitem avanços filosóficos de alta monta e, de quando em vez,
deixo o recinto e corro em busca de uma caneta para registrar o achado, a
descoberta pelo exercício do músculo cerebral.
A que serve a máxima?
Para uma gama de inúmeras
finalidades. Eu poderia listar algumas delas e não o faço para não levar o
leitor a sugestões que seguramente o atrapalhariam na procura, já que ereção e
essência têm a ver com particularidades e singularidades.
Posso falar do meu caso, mas também
não o farei por que já fui repreendido inúmeras vezes, inclusive em casa, por
escrever aqui obscenidades cabeludas (tá vendo?) que me fizeram fugir inúmeros
leitores mais pudicos.
A moral reinante, às vezes, me dá
náuseas. A minha então, nem os falo, tem horas de eu não me suportar por
dentro.
Ora, como falar, sem se desnudar,
deixar tudo à mostra como a Origem do Mundo,
o quadro no Louvre, ou será no D’orsay?
O nu é a evocação da ereção e da
essência. Ou não?
Aí derivei para o masculino e o
feminino. Não o macho e a fêmea, como pensariam os menos avisados ou ilustres
néscios psicanalíticos. O feminino enquanto o buraco, o vazio, a falta, o
desconhecido a ser procurado inúmeras vezes repetido.
Complicou? Explico.
Sem essa de procurar sentido na
existência, ou fundamentos para suportar moral. O contemporâneo exorta o
esculacho, e quanto mais passa o tempo, compreende-se menos a besta humanoide.
Vem aí a passos largos o choque das
civilizações, cortando cabeças. O que resta são tentações que culminam em
atentados. Na linguagem é o mesmo radical, portanto, essência.
Fora isso, balas perdidas. Efeitos dos 99%, protagonistas da desigualdade social. Nos
últimos dez dias no Rio de Janeiro, doze vítimas.
Banal.
Até breve.
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