terça-feira, 27 de janeiro de 2015

COROLÁRIO



Muita gente diz que não é verdade. Como é muita e não todas, eu, para contrariar, acredito. Agora aqueles que acreditam se me perguntam eu respondo que não.

Simples assim. Com isso aumento a minha capacidade de análise. Só de ouvir os argumentos de um e outro grupo, mesmo dos menos aparelhados, aproveito. No final, quase sempre fico em dúvida.

Melhor.

A dúvida é a mãe de todas as ciências. A dúvida é a mãe, também, do ciúme.

Diante de tudo que é, que se duvide e de com força. Nenhuma cerca barra.

Parece que toda enunciação científica parte de uma HIPÓTESE, prima da dúvida, portanto. No fundo, dúvida. Quando chega no c.q.d (como queremos demonstrar, para quem tem dúvida) ainda deixa possibilidades no ar, senão não haveria evolução científica.

No fundo o ciúme tem cabimento. Esse olhar de ontem dela para aquele sujeito no bar pode ter sido carregado de não-compreenderes, ou não? Diabos, o que ela está querendo com esse cara?

Portanto, a vida é em si, dúvida.

Nem mesmo a morte, como única certeza, mata a dúvida. Depois que formos, fica o para onde?

E então, não há certezas? Claro que sim. Podemos afirmar trivialidades, banalidades, obviedades sem dúvida. Agora, no todo o resto, não.

Alguém duvida aí que vai faltar água potável? Que ambos sabiam do que se passava na Petrobrás? Que tudo vai mudar para ficar do mesmo jeito? Que Fidel está vivo e que não confia nos EUA?

Alguém aí tem dúvida?

Não sei, não dormi direito essa noite. E o pior, eu não posso perguntar para ela se ela conhecia aquele rapaz. Mesmo que eu pergunte e ela garanta de pés juntos, ajoelhada sobre o milho, com lágrimas nos olhos, terço na mão e véu na cabeça...

Sempre tem uma sacanagem aí.

Num tenha dúvida.



Até breve.

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