Não são os executivos, que comandam
uma organização, os responsáveis pela falência da mesma. A bancarrota
empresarial é, sempre, responsabilidade exclusiva dos acionistas.
Assim também com os países: quem destrói
uma nação não são os seus governantes, especialmente aquelas ditas
democráticas, mas o seu povo.
Quando uma empresa vai mal por
força da omissão, incompetência ou veleidade de seus executivos o acionista
deve agir substituindo imediatamente aqueles que ele escolheu para administrar
o seu negócio.
Com o Brasil S.A. ocorre uma
inversão de poder: quem manda no país são os executivos. Os acionistas, por
omissão, incompetência, comodismo, alienação, leniência, conveniência ou até
conluio, assistem a tudo como meros espectadores passivos.
Na “AGO” de ontem para aprovação de parte das contas da Diretoria
Executiva da Brasil S.A. alguns dos acionistas foram alijados e impedidos
sumariamente de participar. As galerias do Congresso Nacional foram fechadas para
que alguns dos acionistas, ainda que minoritários (e são sempre os que fazem
maior barulho), não se manifestassem.
Alguns desses acionistas que se
colocaram à frente do Congresso interpelaram membros da AGO acusando-os de
atuarem como se estivessem sobre uma ditadura.
A sessão de ontem do Congresso
Nacional, que durou dezenove horas, foi mais uma vergonha para o povo
brasileiro, enquanto “dono” (supostamente) de seu país.
Os executivos venceram a AGO de
ontem e poderão continuar à frente da Administração. Faltou a ser votado um
único item da pauta, que recebe o nome técnico de DESTAQUE.
Ficou para a semana que vem a parte
mais vergonhosa e lamentável do processo: a barganha por cargos.
O Brasil segue seu curso a passos
largos em mudar tudo para ficar do mesmo jeito. Ou pior.
Declaração dos representantes da Transparência
Internacional, instituição que analisa a corrupção no mundo (o Brasil ficou em
69º lugar em 173 países): “Se o Brasil
sair do episódio da Petrobras sem punir exemplarmente os saqueadores, o Brasil
poderá alcançar patamares mais expressivos no ranking internacional dos países
mais corruptos do mundo”.
A Somália está em primeiro lugar.
Fosse o ranking elaborado pelo volume de recursos públicos desviados nos ralos da
maldita perversão o Brasil já estaria ocupando o primeiro lugar. A Somália não
tem de PIB 10% do que afanaram só na Petrobras.
Há sinais preocupantes pelo momento
que passa a política nacional. Um deputado, na sessão de ontem do Congresso, foi
à tribuna denunciar a existência de uma organização de índole fascista que é
coordenada por criminosos de alta periculosidade: Revoltosos Online. Membros do
grupo estiveram na terça-feira agitando as galerias do Congresso.
Ontem foram presos três jovens que,
já tendo sido indiciados por participarem de manifestações e incitando os
participantes à violência e ao vandalismo e que, por força disto, receberam
habeas corpus com a condição de não mais se envolverem em manifestações,
voltaram em outubro passado a se envolverem em tumultos.
Prefiro não pensar que os jovens, entre eles uma jovem que tem como apelido Sininho, comecem a acreditar ser o único caminho para que algo realmente possa mudar no
país.
Ai não nos faltará mais nada para
evoluirmos para nosso passado de republiqueta.
Até breve.
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