quinta-feira, 20 de novembro de 2014

PEQUENA



Seguindo a leitura da Revista Cult, já citada no post anterior, deparei-me com a publicação de um texto do Pasolini, Pier Paolo Pasolini, que se encaixa na veia da trama. Abaixo, fragmento do texto:


MELHORAMENTO DO MUNDO

Um indivíduo que faz algo propondo “o melhoramento do mundo” é um cretino. A maior parte, aqueles que publicamente trabalham “para o melhoramento do mundo”, termina na prisão por trapaça. Além disso, o mundo sempre consegue, no fim, integrar os heréticos. (...)

Na realidade, o mundo nunca melhora. A ideia de melhoramento do mundo é uma daquelas ideias-álibis com que se consolam as consciências infelizes ou as consciências obtusas (...). Portanto, um dos modos para ser útil ao mundo é dizer claro e redondamente que o mundo nunca irá melhorar; e que seus melhoramentos são meta-históricos, ocorrem no momento em que alguém afirma uma coisa real ou realiza um ato de coragem intelectual ou civil. Somente uma soma (impossível) de tais palavras ou de tais atos efetuaria o melhoramento concreto do mundo. E este seria o paraíso e, ao mesmo tempo, a morte.

O mundo, ao contrário, pode piorar isso sim. É por isso que é necessário lutar continuamente: e lutar, depois, por um objetivo mínimo, ou seja, pela defesa dos direitos civis (quando foram conquistados por lutas precedentes). Os direitos civis estão, de fato, eternamente ameaçados, eternamente no ponto de serem suprimidos. Também é necessário lutar para criar novos tipos de sociedade, no qual o programa mínimo dos direitos civis seja garantido.


Aí fui à horóscopo, para ver. Deu:

“Renova teus vínculos emocionalmente intensos, faze os gestos que sirvam a esse propósito, e se por ventura te falta alguém com quem estabelecer essa dinâmica, não te preocupes nem angusties, Tu podes renovar a paixão erguendo tuas bandeiras, as causas pelas quais lutarias e, inclusive, darias tua vida alegremente. A paixão é algo maior do que ti, não te pertence, simplesmente passa através de tua consciência e te vincula a algo que é imensamente maior do que tua capacidade de compreendê-lo. Isso, porém, não te apequena, pelo contrário, te enriquece e te torna maior do que normalmente serias. Não admira, por isso, o quanto as pessoas buscam a paixão. Porém, essa não pode ser programada intencionalmente, acontece quando as condições são propícias e ponto final, ninguém a domina.” Oscar Quiroga, Estadão.

Para me enriquecer, fui à coluna de Luiz Fernando Veríssimo que publicou, hoje, a crônica: VELHOS HÁBITOS. Abaixo, também, um fragmento.

Esta o Pero Vaz de Caminha não contou.

Os portugueses tiveram alguma dificuldade para se comunicar com os indígenas, na sua chegada ao Brasil. Um dos comentários ouvidos na praia, logo depois do descobrimento, foi:

- Ou estes gajos não sabem falar português ou estiveram no dentista há pouco e ainda sentem os efeitos da anestesia, pá. Não se percebe nada do que dizem!

Tenta daqui, tenta dali e finalmente se entenderam. Cabral, comandante da expedição portuguesa, deveria falar com o cacique Tamosaí, aparentemente o comandante dos índios. A conversa - feita mais com mímica e linguagem de surdo-mudo do que com palavras - foi mais ou menos assim:

Tamosaí - O que homens esquisitos, brancos e com barba, querem?

Cabral - Tudo.

Tamosaí - Como, tudo?

Cabral - Tudo. Do Oiapoque ao Chuí. E então?

Tamosaí - Hmmm. OK. Mas antes...

E Tamosaí estendeu a mão com a palma virada para cima e disse:

- Molha.

- Ai, Jesus - suspirou Cabral. - Começou...


Ontem, à noite, dei plantão na casa de Pretinha. Fiz Tim dormir e depois fui colocar Noninha também na cama. Não sei por que, mas nem ela quis saber de minhas histórias. Dormiu logo.


Até breve.

EM TEMPO: Sugiro que assistam ao vídeo:ZARAGOZA


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