Ela trouxe para ler na viagem o
livro de Tzvetan Todorov, A beleza
salvará o mundo. A proposta do autor é de levar o leitor a refletir: em que
consiste uma vida bela e plena de sentidos?
Joshua Wong, de 17 anos de idade, é
um dos líderes estudantis que vem mobilizando Hong Kong em relação ao
posicionamento do governo central da China. O apelo essencial de Wong é
simples, como são todas as ideias genuinamente transformadoras: “Não pensem sobre o futuro da carreira de
vocês, mas no futuro de sua nação”.
Já deixamos Hong Kong, é verdade,
mas ficou a lembrança. Estamos agora na Tailândia que é, de todos os países da
Ásia, o único que jamais foi colonizado. Autoconsiderado pelos seus 65 milhões
de habitantes como o país do sorriso e do coração era chamado de Reino do Sião
desde 1350 até 1919 quando passou ao nome atual.
Faz parte da Comunidade dos Dez
Países Asiáticos que em 2015 querem consolidar-se como bloco econômico chegando
até mesmo à unificação da moeda. São 600 milhões de habitantes de Brunei,
Indonésia, Malásia, Singapura, Tailândia, Myanmar, Camboja, Laos, Vietnam e
Filipinas.
THAI, liberal e LÂNDIA, terra –
Terra da Liberdade mantém o regime monárquico e desde 1432 viu coroar nove
reis. Hoje, Rama IX não exerce nenhuma influência política. Sua foto está
estampada em todos os lugares pelos quais se passa, além de inúmeros pôsteres
da rainha. Ele está próximo de fazer 87 anos de idade e a rainha 83, tem um
filho seu sucessor natural com 62 anos de idade, que por sua vez tem dois
filhos homens. Isto tranquiliza o país - a sucessão terá longevidade.
80% da população vivem no campo,
90% budista e o clima no verão é de 35° a até 40° com mais de 80% de umidade.
A língua é o Thai, própria do
lugar, com dialetos diferentes falados no norte, no centro e no sul. O alfabeto
contempla 44 letras e 20 vogais.
A Tailândia recebeu muita
influência tanto da Índia quanto da China por esta razão os tailandeses se
consideram siameses.
Bangkok é sua capital há 232 anos.
Quando chegamos a esta cidade fomos
brindados por um feliz acaso. Em toda a extensão da rua onde fica nosso hotel aconteceu
o “Vijaya Dashami Day”. Vijayadashami
é um dos festivais hindus mais importantes celebrados em várias formas, em toda
a Índia, Nepal, Sri Lanka e Bangladesh. O nome Dussehra é derivado do sânscrito
Dasha-hara significa literalmente Dashanan ravan (nome do diabo e em curdo
Dasha e Hara (derrota)) referindo-se a vitória do Senhor Rama sobre o rei
demônio de dez cabeças Ravana.
Foi um privilégio sem medida. O
festival acontece uma única vez por ano e exatamente na noite em que chegamos
vimos a piração geral. Uma das vias é fechada ao trânsito de automóveis e fica
tomada de pessoas em trajes típicos hindus e inúmeros elementos alegóricos
compõem uma paisagem mais do que exótica.
Apesar do tumulto, do som dos
diferentes instrumentos nativos, dos incensos, das comidas e bebidas, da feira
de um tudo pelas calçadas, foi uma experiência inesquecível.
Às sete e meia da manhã, quando
deixamos o hotel a rua estava limpa, rigorosamente lavada, como se nada tivesse
acontecido ali na noite anterior.
Há em Bangkok três preciosidades: o
Buda de Ouro, o Buda Deitado e o Buda de Esmeralda.
A cidade teria sido invadida pelos birmanos
e o rei decidiu resguardar a fortuna do reino. Assim foi feito. Todo o ouro
existente, inclusive o do próprio rei foi recolhido, e o rei mandou que fosse fundida
a estátua que pesa 5,5 toneladas de ouro maciço de 18 quilates. Para despistar
os invasores, mandou que ela fosse coberta com cimento.
A cidade foi destruída e ocupada
durante sete anos, e a estátua nunca foi tocada pelos birmanos também budistas.
Expulsos os birmanos, somente vinte anos depois descobriram que a estátua era
de ouro, o cimento começara a descascar.
No Mosteiro Real está o maior e
mais antigo Buda Deitado esculpido em concreto, folheado a ouro e que mede 46
metros de comprimento. Nas laterais do prédio onde está exposto há 108
caçarolas de bronze para que fiéis depositem ali seu donativo. Eles fazem fila
e vão colocando uma ou mais moedas em cada uma das caçarolas. Diz o guia que
representa sinal de paciência e concentração nas razões pelas quais está sendo
feito o donativo.
A fisionomia do Buda Deitado denota
felicidade, como se ele estivesse esperando o futuro, já que ele tudo sabe.
Fomos ver também o Buda de Esmeralda,
que na verdade é de Jade, o mais venerado símbolo do budismo na Tailândia.
Impacto maior tivemos ao visitar o
antigo palácio que abrigou a família real até cinquenta anos atrás. Hoje está
aberto à visitação pública. Um milhão de
metros quadrados abrigam dezenas de edificações, esculturas, vitrine da arte e
da arquitetura tailandesa.
Perdoem-me, mas enquanto percorria
o Palácio Real não parava de exclamar:
- Buda que pariu!
O rei Rama IX e a Rainha Siriquiti
vivem hoje em um palácio em uma área de quatro milhões de metros quadrados que,
inclusive, mantém criação de vacas cujo leite é entregue nas escolas primárias.
O rei quer que seus súditos tenham a altura dos europeus.
O início do post remete à beleza e
à sentido talvez porque Bangkok tenha me ajudado a pensar em ambos.
Reza a lenda de que os pais de Buda
estavam cruzando o Rio Konka, que faz divisa da Índia com o Nepal, quando a sua
mãe - grávida dele - entrou em trabalho de parto. A criança nasceu quando
estavam no meio do rio e tiveram que voltar com o filho nos braços andando
sobre flores de lótus.
Daí a razão pela qual a religião tem, nessa flor, um de
seus símbolos.
Em 632 a. C.
O BUDA DE ESMERALDA
O BUDA DE OURO
O BUDA DEITADO
Até breve.
Muito interessante! Bacana trazer essa experiência!
ResponderExcluirSei muito pouco sobre esse lado do mundo...
Melhor ainda é viajar com você é a Vera. Bom saber que quando terminar esta viagem vou poder rever tudo que vi ao vivo.
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