terça-feira, 2 de setembro de 2014

MEANDROS



Encerrei a semana passada apelando, depois de um início de verve até interessante. O que se açussedeusse? Simples, olhares para fora do que se passa. Eu mesmo, comigo, enfarado de tantos embromamentos comecei a dar uma de limpeza noticial.

Cacilda, embolou geral!!! O que eu quero dizer?

Nas duas TREPADAS passadas a dica, se é que seja uma dica, é de que embora sempre tenha sido assim, é bom ter atenção no noticiário dos fatos. O assassino do Glauco mesmo, aquele que há três anos foi julgado como insano e depositado em uma clínica psiquiátrica. Alta há um ano e um novo latrocínio, assassinato seguido de morte, neste final de semana de um jovem universitário de 21 anos de idade.

Melhor voltar prá conto.

Era quase um deserto aquele campo onde acabou descendo do ônibus, trazido de uma cidade relativamente grande. O coletivo seguiu viagem deixando um rastro de densa poeira que lhe atijolou as ventas.

Para a esquerda, para a direita, para frente ou para trás? Que rumo seguir? Uma mochila nas costas o fez lançar-se para frente e embrenhar-se no vazio de destinos. Que diferença varia se dali alguns quilômetros encontrasse isso ou aquilo. Quando tomou a decisão de chutar literalmente a vida comezinha e torpe lá de antes, o tempo que sobreviesse agora era qualquer.

Acabou não sendo bem assim. Pouco distante de onde havia apeado do ônibus deparou-se com uns arremedos de vida. Um casal e seus dois guris, uma vaca, duas cabras, um pangaré, galinhas, patos e um casal de porcos que vagavam misturados à frente de uma casinha pau-a-pique.

Água ele bebeu foi da cisterna profunda tirada no instante, deixando-lhe escorrer pelas roupas abertas no peito. Deixou sua mochila encostada na parede da cisterna, ficou de cócoras e chamou o menino e a menina.

Como se chamam, ele perguntou. O menino disse que era menino e a menina disse que era menina. Ele então perguntou ao homem se eram seus filhos e a resposta foi que sim. Então, como se chamam? Menino e menina, foi a resposta.

E o senhor? Zé. E sua, esposa? Ela? É. Maria.

Ficou lá por dois ou três dias porque não suportou o silêncio. As palavras trocadas não passavam de três ou quatro letras, sem serem ditas com os olhos nos olhos e sem expressão nenhuma. Nem de medo, ansiedade, ou qualquer.

Até quando foi embora disse muito obrigado pela acolhida, fiquem com Deus, recebeu apenas dos dois adultos, até.

Entre a sub existência de fundo e a super existência hiper exposta, melhor o silêncio de um



Até breve.

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