Explico-me melhor. Nada contra o
preto ou ao branco, muito menos contra o azul, o amarelo, o verde ou ao grená
claro ou escuro.
Não sou afeto a matizes. Só que um
olhar me induz e aí, num tem jeito, opino.
Eu dizia no post anterior de uma
tragédia. A democracia brasileira extraordinariamente aberta, franca e direta
leva ao país, a cada eleição, a se ver de forma mais nítida.
A escolha da grande massa explicita
uma fidelidade inequívoca ao desejo da maioria de seus cidadãos, livres e
soberanos, na escolha de seus representantes.
Eu, como tantos, integrantes de uma
elite rarefeita e com universos cada vez mais amplos tanto no espectro
horizontal quanto vertical, podemos não concordar com a resultante, mas feliz
ou infelizmente trata-se da conquista nacional a do direito de todos os
cidadãos, para não dizer o dever, de escolher os seus representantes.
Muitos já disseram que o povo não
sabe votar. E daí? Daí que na medida em que a grande massa, não possuindo os
atributos intelectuais e cívicos capazes de lhe permitir a avaliação da
complexidade dos desafios nacionais, escolhe como seus representantes aqueles
com os quais mais se identifica, muitas das vezes sob refinados processos de
sedução e convencimento dos pleiteantes.
Não há nada de novo. O que talvez
haja de importante, daí minha ocupação com o tema é que, nunca na história
deste país, chegamos a um quadro tão delicado quanto no presente.
A escolha – mais do que legítima pela
massa – de seus representantes para ocuparem os postos de comando tanto no executivo
quanto no legislativo estadual e federal que, por extensão, levarão à nomeação
dos integrantes do judiciário, sinaliza para um corpo dirigente extremamente
frágil e despreparado para o enfrentamento dos desafios que uma nação do porte
da nossa está exposta.
Conjugada com o mesmo fenômeno que
ocorre aos nossos vizinhos nos passa a sensação de continuidade de uma América
Latina cada vez menos aparelhada para alcançar padrões de desenvolvimento que
todos, sobretudo os da grande massa, desejamos.
Para Darwin evoluir não significa sempre para “melhor”.
Fosse eu médico, eu diria: o
paciente “evolui” para óbito.
Até breve.
Que sabedoria...É isso aí.Não temos muito o que fazer,infelizmente.
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