Afinal o que quer a mídia? Toda
ela, a impressa, a televisiva, a internética? O que quer? Transformar-nos a
todos em sadomasôs? Perderam todos os escrúpulos por força da disputa por
descérebros vulneráveis e/ou perversos?
Pornografia não é crime? A profusão
de cenas explícitas de diferentes naturezas defloram retinas no cotidiano e
formam caracteres doentios que nenhuma Santa Magra Igreja haverá de recuperar.
O que quer com isto afinal, a
mídia?
No horário nobre, a campeã de
audiência e de qualidade global, estampar integralmente o vídeo da jovem sendo
agredida por uma cotovelada; a cena da criança de uns doze anos de idade do
grupo de mais de um milhão de refugiados sendo alimentada pela mãe com uma
tampa de garrafa de leite (neoPietá?); os rostos cândidos e juvenis de parte
dos dez estupradores da jovem de Bauru?
Ou na internet a imensa variedade
de cenas mais do que explícitas dos restos mortais das vítimas da queda do
avião em Santos? A decapitação do jornalista americano?
O que quer com isto afinal, a
mídia?
A cobertura completa da inauguração
do Templo de Salomão da Igreja de todos os universos na capital paulista,
construído ilegalmente sobre alvará de reforma e classificado como imóvel
destinado à salão de eventos e que contou com a presença de autoridades
estaduais e federais entre elas a da Presidenta? O que quer a mídia com esta
cena de pornografia explícita exalando imagens contundentes de todos os cús?
Ou será tudo apenas o realzão?
Isto, então nos libera da sensação
maldita de tirarmos gozo múltiplo e diário desta avalanche de cenas? A mídia
apenas media e fica conosco a tarefa de trocarmos de canal?
Na programação de canais vamos
senhar todos aqueles destinados aos noticiários, e jogar o código fora. Vamos
acessar apenas a programação para os infantes. Assistir aquele da família de
porcos.
Ronc... Ronc... Ronc...
Até breve.
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