Assisti ontem na TV CULTURA
documentário sobre a escritora Ruth Klüger e no MaxPrime ao filme LORE.
Viena, 1938. Uma menina de sete
anos está de cama, doente, e ouve, vindos da rua, os gritos daqueles que
celebram a anexação da Áustria pela Alemanha nazista. Vivendo no interior da
comunidade judaica, Ruth Klüger viu sua cidade natal ser convertida gradualmente
em uma espécie de prisão. Deportada em 1942 junto com sua mãe para o campo de
Terezin, foi transportada num trem de carga em 1944, aos doze anos de idade,
para Auschwitz-Birkenau. De lá escapa no último minuto, ao ser escolhida para
compor um grupo de trabalhos forçados em Christianstadt.
O documentário contempla a vida de
Ruth, hoje com 72 anos de idade, entrevistando seus dois filhos e a visita de
um deles com ela à Viena depois de viverem durante cinquenta anos nos EUA.
Normalmente, quando lembramos do
final da Segunda Guerra Mundial, somos apresentados a histórias de guerra
heroicas, ou sobre algum sacrifício envolvendo a sobrevivência de judeus, como
no caso do documentário sobre Ruth Klüger. Mas o que aconteceu com os filhos de
alemães que se envolveram diretamente com o nazismo?
Uma época trágica, de grande
sacrifício e perdas sempre tem muitas histórias impressionantes. Algumas
contadas com muito mais frequência que outras. LORE, por sua vez, é um destes
filmes que conta algumas destas histórias menos conhecidas.
Enquanto toma banho e penteia o
cabelo de forma enérgica, Lore conta os passos de um jogo de amarelinha que
leva do inferno até o céu. A irmã dela, Liesel está brincando, fora de casa,
quando o cão da família começa a latir. Elas estão na Alemanha nazista. Lore
olha pela janela, e vê que um caminhão do Exército alemão chegou. Descendo a
escada, ouve a mãe, Asta e o pai, Peter, conversando. Ele diz que eles poderão
levar apenas o que couber no caminhão. Asta não parece satisfeita. Em pouco
tempo, Lore, Liesel, os gêmeos Gunter e
Jürgen e o bebê Peter fogem com a mãe. Este será apenas o início do calvário
desta família de alemães no final da Segunda Guerra Mundial.
O exército alemão entrou em
colapso. O Terceiro Reich chegou ao fim e os aliados ocuparam a Alemanha na
primavera de 1945. Esta situação faz com que a família da jovem Lore se
desintegre, já que seu pai, um oficial da polícia nazista, foge às pressas e
logo é seguido pela mãe. Lore recebe instruções para levar seus quatro irmãos
mais novos ao encontro da avó, que vive na distante Hamburgo, precisando enfrentar
a fome, o frio e os perigos inerentes da viagem.
O povo alemão, que com o fim da
guerra não pertencia a lugar nenhum - mesmo dentro de suas próprias casas,
observava incrédulo a verdade por trás das atrocidades de Hitler. Para muitos,
aquele massacre divulgado por meio de fotos era uma mera montagem dos
americanos.
Lore teria custado 4,3 milhões de
euros e faturado, nas bilheterias dos Estados Unidos, quase US$ 969 mil. E na
Austrália, país natal da diretora do filme, pouco mais de 296,5 mil dólares australianos. Pouca gente se
sensibiliza com o passado e não quer saber sobre o presente.
O futuro?
No sábado comemoramos os dois anos
de Noninha. Ela passou o dia intensamente feliz a ponto de em um momento da
festinha, que aconteceu no salão do nosso prédio, sua avó a levava para o apartamento
para trocar fraldas e ela indagou:
- Vovó, cadê a minha festa?
Li ontem a revista do Hospital
Mater Dei na qual consta uma coluna de seu fundador Dr. Salvador. Nela o
extraordinário médico lembra Martin Luther King quando disse: “podemos aceitar
a decepção finita, mas nunca perder a ESPERANÇA infinita”.
Em que pese Sírias e Orientes, esperamos em Noninha, Tim,Tetéo, Léos, Arthurs, Ninas e tantos outros que ainda virão como
Antônio.
Até breve.
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