Não é possível que não haja nada
que valha a pena de presente. Não é possível ocupar corações e mentes só com
perspectivas sombrias. Não é sã a suposição de que alguém possa se interessar
pelo conjunto.
Já é passada a hora de um
desligamento da agressiva vertente enviesada por uma praxis política
denuncista, vazia, pedante e malvinda. Não é possível que não haja mesmo nada
sobre o qual encantar-se o coração.
À luz do post anterior ficar, como
a família Pig, que adora brincar na lama.
Basta!
Vamos desenhar um real azul de
brigadeiro de chocolate pipocado de confeitos açucares. Vamos perder de vista o
olhar esquêrdico, endireitar nosso campo de perspectiva e colocarmos ao gosto
do prazer dos tempos que para esses a humanidade nunca teria atingido um ponto de
desenvolvimento como o atual.
Por quê não abrir para um diário
íntimo e agradecer a cada segundo as dádivas da Vida? Voltar a escrever viagens
em balões, diálogos com Noninha, nascimentos de rebentos próximos. Camileta já
gesta mais um. Outro dia mesmo a casa estava vazia, agora como diz Catarina,
ela tem um amigo que se chama Agulhô, assim como se sobrenomearão um de seus
priminhos.
Por quê?
Por quê não investir em tantos anos
vividos em organizações de porte e setores os mais complexos e diversificados e
deixar uma contribuição efetiva? Tantas teorias e instrumentos de gestão
concebidos ao longo de uma carreira relativamente exitosa.
Por quê?
Por quê não comentar encontro com
amigos queridos do presente e do passado como um Elias, lá pelos idos de 1974,
há quarenta anos atrás portanto, e relembrar inúmeras noitadas de Drink Dreher
e papos sobre a Vida. Estávamos em Alto Garças, Mato Grosso, empregados de uma
empresa que construía uma estrada federal. Eu com os meus vinte e dois e ele
próximo dos cinquenta anos de idade.
Ou com Dennis, Barreto e outros dos
tempos da Fafich em que pelo olhar da música, da poesia ou da prosa iríamos
inventar o novo.
Por quê não escrever um livro de
romance doce? Compor uma canção? Fazer um verso? Um vídeo de Noninha fazendo
Tim perder o fôlego às gargalhadas.
Por quê?
Algumas palavras, trechos de filme,
pedaços de melodia, frases me marcaram indelevelmente por todos os meus dias.
São essas tatuagens no meu espírito que ainda governam o meu estar.
Lembro, agora e sempre, de uma de
Vladimir Maiakovisk:
"Minha mãe me pergunta como posso ser um revolucionário se não sou
capaz de matar uma mosca. E eu a respondo: sou revolucionário porque luto por
um tempo em que eu não tenha que matar uma mosca."
Ou como essa que ouço no Ipod,
Clube da Esquina na voz de Milton:
"No claro do dia eu me encontrarei."
Até breve.
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