O time tá mal troca o técnico. O
país vai mal troca o presidente. O marido tá mal troca o marido. A geladeira tá
mal troca a geladeira. O emprego tá mal troca de empresa. O filme tá mal troca
de canal.
Trocar é sempre a melhor solução,
especialmente quando a solução não está suficientemente estudada ou conhecida.
Nundeu, troca. Pelo menos para si próprio e prá meio-mundo tomou-se uma atitude
em direção à outra possibilidade.
Não que eu não seja a favor de
mudanças. Antes pelo contrário. Ocorre, porém, é que muitas das vezes mudamos
para ficar do mesmo jeito. No fundo porque suportamos, no micro e no macro,
movimentos. Jamais mudanças.
Mudança significa radicalizar, ou
seja, ir à essência daquilo que se determina mudar. Movimento significa contemporizar,
ou seja, promover ajustes de natureza cosmética àquilo que se quer dar nova
aparência.
Mudar um país impõe alterar a sua carta
de valores determinantes da conduta, as estruturas responsáveis pelos designíos
da Nação, os mecanismos determinantes da formação do caráter, da cultura, da
civilidade e dos modelos de convivência entre si e em relação a outros povos.
Movimento é assunto para o senso
comum, para aqueles que fazem parte do script existente, forjados na mesma
química, portadores dos mesmos vícios.
Mudança é ação de transgressores,
capazes de construir outra dimensão da realidade, algo outro.
Talvez por isto e para isto
evoluímos como civilização. Não queremos mudar nada, apenas nos movimentar em
torno do mesmo. Dos conflitos no Oriente Médio, às nossas questões mais prosaicas.
Como trocar Felipão por Felibroa.
E a nossa tristeza? Nada mais
leviano. Trocamos de time, de presidente, de marido, de empresa e até de
geladeira, com a maior cara-de-pau possível. O que vale, no momento, é o de momento.
A fila segue.
Torci ontem pela Argentina,
acreditando estar reverenciando o meu pai. Queria muito que aquelas bolas entrassem
e que maldosamente se perderam as linhas de fundo. Meu coração queria que algo
distinto acontecesse. Assim como torci para a Argélia quando jogou com a
Alemanha e perdeu, tragicamente. Ou para Costa Rica.
Ou seja, que acontecesse algo
que não estivesse sido esperado.
Mas, espere, os sete a um não foi
algo inesperado?
Vamos ver se serão às vísceras ou
às faces, mudança ou movimento o que advirá.
Eu, com o meu desânimo e modesta
inteligência, tenho poucas dúvidas.
Até breve.
Critica sensacional! Bravo!
ResponderExcluirBrigado, Anônimo.
ResponderExcluir