“Diante da estupidez cega que circula por aí, apresenta sabedoria
entusiasta. Diante da falsidade e da superficialidade, apresenta expressões
verdadeiras e fundamentadas. Diante das intrigas, apresenta comportamentos
vinculados à retidão. Diante da variabilidade e instabilidade das opiniões
superficiais, ocupa uma posição definida. Diante do desequilíbrio, apresenta
equilíbrio. Porém, o mais importante de tudo é compreenderes que para
executares o necessário equilíbrio terás de suportar a oscilação constante,
pois, como poderias equilibrar o jogo sem jogá-lo? No início essa oscilação te
parecerá insuportável e não saberás o que fazer, mas com o andar do tempo as
oscilações serão suaves, não haverá notas estridentes nem cores violentas,
assim como tampouco preocupações estapafúrdias.”
Deixe-me dizer de uma vez por
todas. Eu não quero mais ser o que os astros dizem que eu sou, posso vir a ser,
ou mesmo estou perdendo a grande oportunidade de ser ou de parecer ser.
Diabos, quem disse que retidão é
modo de vida, se a vida é escrita por linhas tortas. Veja a última letra da
última palavra antes do último ponto final. Sinuosa e torta.
De onde vem a ideia de equilíbrio
se o estado de alegria é, de fundo, uma puta catarse.
Eu, de mim, tô enfarado dos astros
e das ideias marotas de “assim é melhor que seja”, com esta vírgula, este
sapato combinando com a camisa, o cinto, o jeito de pegar nos talheres, de
cumprimentar a celebridade, da educação social em atravessar portadores de
necessidades especiais em cruzamentos.
Basta sim olhar com as lentes,
mesmo as mais tênues, que caos é o sentido da ordem, não fosse assim a vida
afinal faria sentido. Mas, não, portanto.
Hoje, diante de um tudo, a única
coisa que me consta é a loucura da infância de meus netos. Absolutamente
alienados, estrangeiros em um mundo não sabido. Ali sim há uma vida
compensatória e instigante. Sem pareceres e conformidades, absolutamente
caótico e possível.
Na medida em que vamos e, pior,
vamos sempre “crescendo” construímos ou reconstruímos o que está aí, com os
mesmos contornos tortos e disformes e de tal monta com tal gravidade que a
alegria, deixa de ser uma catarse, para ser um alívio.
No fundo e de fato, já de alguns
posts prá cá, talvez do primeiro para cá, demonstro meu enfado com isto aí,
isso aí, seja lá o que seja. Todo dia há um esgotamento da realidade, ou
supostamente o que aparenta ser o que se passa.
Dizem que é vã, e é mesmo, a
indignação. E é também petulante aquele que apenas denuncia ou convida ao outro
à reflexão, como se com isto pudesse se salvar. Aquele que passa
o tempo, como eu tenho passado, esgotando-se em gritos e sussurros, deveria
tomar juízo e fazer algo que pudesse sim mudar o estado de coisas.
Pois é o que vou fazer e agora.
Mergulhar na vida dos meus netinhos e usufruir da única época em que
verdadeiramente pudemos ser felizes.
Até breve.
Que linda Liz brincando com o irmão. Feliz 2 aninhos Liz. Faça este vovô ficar cada vez mais doido! Bjs
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