segunda-feira, 21 de julho de 2014

DESCOBRIMENTO



Em 1947, Thor Heyerdahl, acompanhado de mais cinco tripulantes, saiu em expedição para percorrer o Oceano Pacífico em jangada feita por ele mesmo. O objetivo da viagem foi provar que os polinésios vieram da América do Sul.

Essa é a sinopse do filme que assisti ontem, A Expedição Kon Tiki.

Kon-Tiki foi o nome do barco utilizado pelo explorador norueguês Thor Heyerdahl (1914-2002), em sua expedição pelo Oceano Pacífico, partindo da América do Sul para a Polinésia, em 1947, com o intuito de demonstrar a possibilidade de que a colonização da Polinésia tinha sido realizada por via marítima por indígenas (ou nativos) da América do Sul. O nome do barco foi homenagem ao deus do sol inca, Viracocha, o qual era também chamado de "Kon-Tiki" pelos habitantes da Polinésia.

Heyerdahl defendia a tese de que os povos da América do Sul poderiam ter alcançado a Polinésia em tempos pré-colombianos. Seu objetivo foi demonstrar a possibilidade de que a colonização da Polinésia tinha sido realizada por via marítima da América do Sul, em jangadas idênticas ao barco utilizado durante a expedição, e conduzido apenas pelas marés, correntes e força do vento, que é quase constante, na direção leste-oeste ao longo do Equador.

O filme trata da obstinação de Thor, a ponto de abandonar mulher e dois filhos em prol de seu projeto. Com sérias dificuldades para viabilizar o financiamento e encontrar pessoas que topassem com ele a “aventura” de passar cento e um dias a deriva em pleno oceano, o explorador consegue realizar a façanha.

Os indígenas (ou nativos) da América do Sul, Peru, fizeram a rota 1500 antes de Thor e ele quis seguir o mesmo planejamento e cruzar o oceano em uma embarcação e recursos técnicos idênticos. Assim construiu a jangada e partiu para uma viagem de 101 dias percorrendo mais de 8.000 quilômetros em alto mar.

Não é um filme hollywoodiano, com extraordinários efeitos técnicos e pirotecnias. Nem é tanto a aventura que comunica, pelo menos, a mim.

O que me agradou em ter assistido foi o fato de: primeiro, a motivação do norueguês e, segundo, a possibilidade de reflexão decorrente pela sua conduta na liderança do projeto.

Thor não aceitou nenhuma condição diferente daquelas que os indígenas encontravam há 1500 anos, quando fizeram a travessia. A jangada foi construída com toras de madeira, bambus e cordas, que a certa altura da viagem começaram a encharcar e trazer pânico à tripulação.

A liderança do comandante em passar os 101 dias sem exercer nenhuma influência sobre a rota da embarcação, repetindo como os indígenas a viagem a deriva, tendo como foco permanente a meta de por força das correntes marítimas chegar á Polinésia.

Thor contrariou todo o princípio da gestão de riscos: nenhum planejamento, nenhuma tecnologia embarcada, recursos humanos despreparados e com sérios problemas pessoais.

Quem sabe as lideranças do nosso país não estão se inspirando no norueguês e nosso destino são os indicadores de uma Suíça, por exemplo? Calariam de vez a todos nós, os céticos e descrentes.

Ah, Thor não sabia nadar.




Até breve.

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