Incrível como a História forja os
indispensáveis.
Assisti na semana passada e ontem
ao Programa Som do Vinil levado ao ar
no Canal Brasil. A produção magistralmente conduzida por Gavin, dos Titãs, foca
a cada programa um disco de vinil que marcou época.
Disco de vinil, para os mais jovens,
vem a ser LP sigla para Long Play, também conhecido como Bolacha e era onde se gravava a média de doze sons, que na época
chamávamos de música. Era tocado em
vitrolas ou assemelhados que, na época, chamávamos de som.
Os programas da semana passada e de
ontem focaram um único LP: IDEOLOGIA, de Cazuza. Deles participaram a mãe
(Lucinha), Frejat, Léo Jaime, Ney, e outros que deram testemunho sobre o “monstro” que foi Cazuza.
Lucinha Araújo, que escreveu quatro
livros sobre a convivência com seu filho artista, disse que ele até os quinze
anos só ficava no quarto, não saia de casa para nada, até que um dia ela,
preocupada, disse-lhe que ele fosse para a rua, para jogar bola, divertir-se,
viver.
Cazuza, batizado como Agenor, na
infância não atendia as chamadas na escola porque não aceitava seu nome imposto
pela avó materna. Veio aceita-lo mais tarde quando soube que Cartola também se
chamava Agenor, embora batizado como Angenor.
Mais? Vá a Wikipédia.
Quando eu estava me preparando para
deitar liguei o IPod programado aleatório. Belchior cantava uma canção
conhecida que contempla, em um dos versos:
“O PASSADO É UMA ROUPA QUE NÃO NOS SERVE MAIS.”
Lucinha diz no programa, que seu
filho foi um dos mais importantes artistas do século passado, embora tenha
vivido somente trinta e dois anos e que tenha tido apenas sete anos de carreira,
dois dos quais, doente vitimado pelo prazer
que passara a ser risco de vida.
The Beatles também tiveram, somente,
perto de oito anos de carreira e Lennon foi assassinado.
IDEOLOGIA
(Cazuza e Frejat)
Meu partido
É um coração partido
E as ilusões
Estão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato que eu nem
acredito
Ah! Eu nem acredito
Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand
Monde"
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs
Não tem nenhum rock 'n' roll
Eu vou pagar
A conta do analista
Pra nunca mais
Ter que saber
Quem eu sou
Ah! Saber quem eu sou
Pois aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Agora assiste a tudo
Em cima do muro
Em cima do muro!
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma pra viver
Ideologia!
IMAGINE
JOHN LENNON
Imagine que não há paraíso
É fácil se você tentar
Nenhum inferno abaixo de nós
Acima de nós apenas o céu
Imagine todas as pessoas
Vivendo para o hoje
Imagine não existir países
Não é difícil de fazer
Nada pelo que matar ou
morrer
E nenhuma religião também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz
Você pode dizer
Que sou um sonhador
Mas não sou o único
Tenho a esperança de que um
dia
Você se juntará a nós
E o mundo será como um só
Imagine não existir posses
Me pergunto se você consegue
Sem necessidade de ganância
ou fome
Uma irmandade do Homem
Imagine todas as pessoas
Compartilhando todo o mundo
Você pode dizer
Que sou um sonhador
Mas não sou o único
Tenho a esperança de que um
dia
Você se juntará a nós
E o mundo viverá como um só
Depois de ouvir o Belchior fui
dormir. Acho que compreendi porque, estando em casa, gosto de vestir as minhas
roupas mais surradas.
Até breve.
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