Amanheci feliz. O que não é de todo
raro, mas com motivo identificado, hoje bem cedo, me senti feliz.
Apesar de ontem ou anteontem ter
ouvido de um dos meus mais queridos contumazes bajuladores que eu sou mesmo
artista, porque padeço de infindáveis angústias. Paradoxal esta ideia, não? A
arte, melhor expressão da espécie, ter como combustível a angústia.
Falando nisso lembrei-me da mídia
cervejeira que aprecio muito. Ela nos coloca, aos homens, como verdadeiramente
somos: uns imbecis. E as mulheres, massa de carne de roliças formas, popozúdicas,
phototipadas para compor a estética de uma forma sem conteúdo.
Tem ai agora até um movimento de
algumas delas, celebridades e capas de revistas de boa forma, que encabeçam (?) um movimento para serem fotografadas
sem maquiagem. Alguns que viram as fotos até se espantaram: “Nossa parece uma mulher”!!!
Confesso que não sei bem porque fiz
esse comentário, especialmente da mídia cervejeira, pois se não é só ali que se
vê onde procurar e obter a alegria. Adoro as apelações das instituições
financeiras, seguradoras, arte pura do engodo e da pilhéria.
“Pô, cara, você não disse que amanheceu feliz?” Me
interpela alguém aí do outro lado. “E
disse que tem motivo identificado, caramba”...
Ontem, dia 30, como sempre acontece
faço o fechamento com a minha contabilidade e emito cheques para pagamento
dos... dos... dos..., esperem é que reside aqui uma dificuldade... Cheques para
pagamento de impostos. Pronto, falei.
Vim para Santa Luzia no final da
tarde, trazendo Pretinha e meus netinhos para passarmos o final de semana
prolongado. Logo que cheguei tocou o meu celular. Era minha contadora dizendo
que o menino não havia conseguido pagar as guias dos dos dos... Minha
assinatura no cheque não conferia.
Assino tudo todos os dias, até
rifas, mas quando vou assinar cheques para pagamento dos dos dos, meu braço
direito e por extensão a mão direita se melesqueram. Bicho, num consigo. Sai um
puta garrancho e eu penso: Essa num vai
passar.
Amanhã tenho que ir ao banco para
refazer meu cadastro porque minha gerente me disse que não vai mais assumir o
pagamento de meus cheques quando minha assinatura não conferir. Estou certo que
vou assinar tranquilamente na ficha, mas quando for assinar os cheques para
pagamento dos dos dos...
Teve outro comentário esta semana e
esse não foi feito por nenhum bajulador, muito menos contumaz. “Afinal, Agulhô, que diabos é DRUVS, BRUNS,
estas coisas?”
Feliz porque no mês de abril,
encerrado ontem, atingi o maior número de acessos ao dasletra desde o início de sua edição. Às vésperas de comemorar
meus três anos de uma angústia dilacerantemente realizadora, venho assinando,
com imenso gosto de liberdade, minha forma.
Brigado, gente.
Até breve.
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