Sobre o
que conversavam as duas mulheres a beira da piscina ao entardecer do
último sábado?
Ainda
me intriga e me mobiliza. Que segredos e confidências trocaram? Qual delas ensinou
algo que jamais a outra esquecerá?
De onde
vem a seiva da femínea? Da ternura necessária conjugada com a firmeza, assim
mesmo, revolucionária?
Por que
da opção por um olhar mais brando sobre a crueza, mais crédulo para os outros,
mais intenso sobre o belo e o singelo?
Por que
do afeto singular, o toque leve, o meigo, o doce?
De onde
vem desde cedo, na pequetita, o carinho desmedido, aparvalhando o seu narizinho
com o de outrem, sem saber ainda do beijo? Este gesto.
Sobre o
que conversavam?
Sobre
costura, tessitura, tricôs, bordados? Sobre a paz e a ciência por serem elas
que "governam"? Ponto a ponto, peça a peça, nó a nó, grão a grão: "familha".
Ou foi
de jabutis, cachorros, patos, galinhas, peixes, bois e cavalos, estes seres
outros?
Será
que falavam de sentimentos, de mal-estares, de paixões, de decepções, de
alegrias e tristezas, de esperança?
Ou não
foi sobre nada disso, e sim de algo que a alma masculina não alcança?
Jamais
a nós, aos homens, será possível saber sobre o que as mulheres fazem versos
umas com as outras. A nós só resta beber da poética resultante mesmo que,
às vezes, não rime ou desande.
Ainda
assim, pura poesis.
Até breve.
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