domingo, 23 de fevereiro de 2014

VAIMEXÊVAI



Eu num disse? Foi ontem mesmo. Prá entender leia primeiro o post anterior.

Sexta-feira, à noite, eu estava na Ilha de Guriri, Município de São Mateus, no Estado do Espírito Santo. Lugar mais do que propício para.

Fui para fazer uma palestra para mais de quinhentas pessoas. Fiquei impressionado com o público, pois depois de quase uma hora e meia de fala todos permaneciam nos seus lugares e extremamente atentos.

Depois vim saber que no início do evento (eu não estava presente) o coordenador disse que se todos ficassem para ouvir toda a palestra e prestassem atenção ganhariam um tíquete para o jantar que seria servido logo em seguida. Sempre achei que o estômago vale mais que o coração e o cérebro.

Depois do jantar, que foi servido no próprio local do evento, voltei para onde me hospedei. Passava das 23h30min quando cheguei à pousada localizada a beira mar. Fui ao apartamento, tomei uma ducha e, depois, para o bar da piscina onde peguei uma dose de escocês (paraguaio).

Eu estava sozinho, a pousada estava praticamente vazia e ali por volta da meia-noite assucedeusse. De onde eu estava avistava o Atlântico majestoso, iluminado pelos cristais da lua imensa e cheia, fazendo com que o tilintar das ondas arremessassem para todo lado sua luz infinita.

Senti um certo zumenestrério nos abdômen e o zumbido do ouvido mudou de frequência. É que de longe vinha um som de boleros de Altemares, Moacires, Waldicks, Neds e outros de abajures lilases que zumbirintavam meus ouvidos com seus bregares dizeres.

Somado ao álcool do malte paraguaio que lubrificara as fibras zumbidóicas do meu ouvido esquerdo, eu fui atomado nas retinas pelas luzes lunares arremessadas em gotas atlânticas.

E então, num que de derrepente meus olhos musqueritaram e eu entrei num transe massa. A COISA se tomou de mim. Do que me lembre foi meio que assim.

Mistérios da meia-noite, urrava de longe Ramalhos. A COISA então me falou em seu latimgregóricosanscritomalaiobelgamandarindícocapixaba que queria de mim saberes.

Eu, sensorialmente com meus neurônios acionados pinealmente e com humildade e prudência adequadas ao momento unsguei:

- Saberes? Logo eu, Dona COISA?

- Siiiimmmm"... Unsgou de lá a Dona Coisa.

- O queres saber, soberana COISA?

- Do ciúúúmeeee...

Fiz, mesmo em transe, como sempre faço: recorri a quem verdadeiramente sabe. Peguei meu IPhone, acessei o Caradetempo, ou para quem não sabe, Face Time e liguei para Ela.

- Bem, você poderia me falar algo sobre o ciúme?

Ela, como sempre, não respondeu a pergunta. Entrou numa de comentar o filme vietnamita que estava revendo no canal Futura, O Cheiro de Papaia Verde. Vinte e poucos minutos depois de concluir toda a lógica do filme Ela me perguntou se eu queria alguma coisa.

A COISA zumbiricava inquieta e impaciente meus músculos cerebrares e eu voltei a indagar:

-  Bem, te perguntei pelo ciúme...

-  Môzinho, depois de quarenta e cinco anos que estamos juntos cê acha que eu tô preocupada com isto? Divirta-se!

A COISA me deu um trequenético que zincrou por toda a minha coluna vertebral até abaixo do cox.

- Mô, cê num tá entendendo eu queria que você me falasse sobre o ciúme... Conceitualmente, entendeu?

- Bom... Os gregos...

- Mô, por favor, vá direto ao ponto, tá bom?... Uma síntese, por favor...

- Mozinho, é por isto que os meninos estão assim tudo agitado.

- Bem???!!!

- Os gregos... Ah, cê quer uma síntese... Basta você olhar as pessoas que convivem conosco, que vêem que a gente transa legal a vida. Fica todo mundo querendo o que a gente tem. Depois que fica próximo da gente fica como que negando aquilo que nós somos, como se quisesse destruir.

Unsguei prá COISA:

- A senhora entendeu, Dona COISA?

- ELA é sempre assim?

A primeira vez que a gente se relaciona com alguém mesmo em uma experiência extra-sensorial convém ter cuidados. Fiquei receoso que Dona COISA usasse os canais facetaimianos e apoderasse d'Ela também. Aí sim, meu fim estaria decretado.

Unsguei:

- Que isso, Dona Coisa, foi só agora.

- Agggooorrraaa qquuueerrro saaaabbberrrr sooobrebre... Clitoris.

Fiquei surpreso porque a Dona COISA não gaguejou a última palavra. Nesse instante, do mar formou-se um grande tubo ondal com a extremidade avermelhada e brilhante, assemelhando-se a um enorme falo e Dona COISA reunsgou:

- Eu queroooooo Clitoris.

Dispuntá!!! Craftisquibum!!! Num grunosmédio eu distransei. Desconectou total e eu voltei aos meus igual de mim. Dona COISA zumbirou-se e o Atlântico continuava suas ondas de cristais lunares.

“Tive uma brochada extra-sensorial?" indaguei-me. Está longe de ser a primeira vez quando em carnes de comuns e com a penial sem zimbilantes lunares.

Virei pro lado e dormi.




Até breve.

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