Alguns leitores (poucos,
felizmente) consideram sérios os textos aqui publicados. Não fosse assim não
aconteceria o que eu acabei de constatar. Observei, analisando a estatística dos
últimos dias, uma queda no número de acessos ao blog. Ela começou a ocorrer após
a publicação do post GONIA onde eu ameaço parar de editar o dasletra.
Reiteradas vezes já disse aqui que
nada que escrevo deva ser levado em consideração, uma vez que esta tarefa serve
como catarse de um sessentaedoisanos que tem muito pouco a fazer da vida.
Portanto, peço ao leitor amigo que tenha ligações com a mídia de preferência
global, que avise ao afobado e desgarrado leitor deste blog que foi um blefe e
eu continuo editando normalmente como faço há quase três anos.
Muito raramente ocorre como os
últimos dois dias que não postei. Segunda-feira eu tive que pegar expediente
completo, de 09:00 às 20:00 horas de pajem. Com a greve, Val não conseguiu
transporte para chegar à casa de Pretinha e olhar a Noninha. Sobrou pro bobô. Multi-tarefas:
fazer dedeiras de suco, vitamina, trocar fraldas, dar banho, fazer dormir,
nadar e, sobretudo, aproveitar para enamorar-me ainda mais dos olhos de
jabuticaba.
Ontem, de 08 às 20 horas participei
de reunião de um Conselho com direito a sanduíches a cada três horas.
Hoje, às sete da manhã, embarquei em
um vôo Azul para Vitória. Faço palestra, à noite, para um grupo de
quinhentas/seiscentas pessoas no interior do ES. Talvez porque meu horóscopo para
hoje contemple: “Devolva ao mundo um
pouco do tanto que você recebeu da Vida, a cada momento ofereça seu melhor.
Evite se poupar para quando considerar que as pessoas mereçam seu melhor, esse
momento pode nunca chegar. Dê seu melhor agora!”
Então, vejam, não há nada de sério
aqui.
Sério seria se eu falasse de um
comentário que o Vlad fez sobre o post VAIMEXÊVAI: “Véio, batendo de realismo fantástico, hein?!” Nem os mais próximos
acreditam nas COISA que me acontecem. Encontrando com a mãe é certo que ele
pergunte: “Foi mãe?”
Sério seria se eu viesse a dizer
que Artur está planejado para chegar via transcesariana na segunda de carnaval.
Já nasce moleque o filho de João e Piti. Em minha opinião taí um troço mais do
que sério: ter um filho.
Hoje é complicado orçar um filho.
Mistura-se custos e despesas de toda sorte, tipo: fraldas, berço, roupas,
carrinhos, brinquedos, saúde, educação, lazer, transporte, fica uma baba ter
filho. Por isto que rico não os tem. São bons no planejamento.
Só que eu sempre achei os custos
financeiros como a questão mais simples, tanto que tivemos logo nossos três.
Pedreira é ocupar o lugar de pai, que grana não cobre. Eu mesmo, falando à boca
pequena, sempre achei que se tem um cara endividado nesse quesito sou eu.
Há um caso antológico: meus meninos
eram pequenos e eu os achaquei de chinelo em punho no corredor do apartamento
onde nós morávamos, o olhar grave e as veias do pescoço sobressaltadas. Eles
estavam fazendo a maior baderna (sempre foram alegres) e meu saco estourou.
Parti prá cima e gritei com eles: “Parem
com esta bagunça, agora! Ouçam o silêncio que está no prédio! Vê se tem alguém
gritando?” Quando terminei este último grito inquisidor, do andar de cima
ouviu-se, mais de uma vez, gritos de uma adolescente chamando pelo irmão:
- Marcelôôôôôô!!!!!!!!!!!!
Pretinha, que sempre me demoliu:
- Viu pai?
Hoje, quando já em Vitória, recebi
pelo WhatsApp uma foto que o BÊ (ele está em Maceió) mandou prá Pretinha, com a
seguinte legenda: “Lembrei da
Valesquinha.”
Sério se eu falasse de amor, e eu
nunca fiz isto aqui.
Até breve.