Trouxemos
tudo de volta. Também já passavam das duas da manhã e ninguém mais faria uso
daqueles apetrechos. Tolos.
Muitos
de todo não eram, alguns apenas. Tolos. Sabem daquelas fantasias toscas,
sobrando Idade Média e com penachos em demasia? Coloridos rotos e cheirando a
armários.
Houve
uma época em que se brincava, era assim que se dizia, fantasiando de odalisca e
Sheik, marinheiro, homem de mulher e mulher de homem menos, mas todo mundo saía
de algo. Qualquer.
Só que
nessa não tinha nada a ver com Momo. A coisa era outra. Uma encenação, tipo
platéia restrita, somente convidados. Não se comemorava nada e nem era um
evento assim tipo confraternização corporativa.
Em cena
mesmo eram só cinco, dois homens, três mulheres e um ser hemarfrodita. Agora na
retaguarda prá mais de quinze se empenharam para botar de pé, literalmente.
A
platéia se formou muito rápido, todos chegando muito mais cedo do que se
supunha, tomando assentos e sem muito alarido. Só de perguntas uns aos outros
do que rolaria ali.
- "Eu vim porque não tinha nada prá
fazer, mas não tenho a menor idéia do que seja".
- "Eu quero prestigiar o Zeca, ele quem
mandou o convite".
- "Ele te falou algo."
- "Nada."
Souberam
que havia terminado, quando os cinco deixaram à frente de onde se alojaram
todos da platéia. Ninguém entendeu muito bem nenhuma parte do espetáculo (?).
- "Pô, hein"?
Depois
um dos cinco voltou e disse: -
"Seguinte: essa parada continua amanhã... Podemos contar com todos"?
- "Mas não entendemos nada".
- "Amanhã..."
- "Se você não der uma dica eu não
volto..."
- "Amanhã..."
Não se
sabe bem porque, mas a galera permaneceu na platéia se falando até mais de duas
horas depois que havia terminado a coisa. Os cinco já haviam ido embora. Entre
os quinze da retaguarda nós ajudávamos a entulhar cenário.
No dia
seguinte não apareceu ninguém. Os cinco deram continuidade ao espetáculo (?)
mesmo sem ter.
Terminado, sobrou para nós recolher alguns apetrechos. Tolos.
Vocês.
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