domingo, 5 de janeiro de 2014

DUNA



Ouvi agora pela Rádio Estadão entrevista do compositor e cantor Moacyr Franco a respeito da morte do colega Nelson Ned.

Acho que boa parte dos meus leitores talvez nunca tenha ouvido falar de ambos, ou mesmo tenha se esquecido a quem me refiro.

Pois é.

Nelson Ned é considerado um dos maiores artistas da canção internacional. Inúmeras vezes o “Pequeno Gigante”, apelido que recebeu por ser anão, frequentou os mais importantes palcos do mundo, especialmente na América do Norte, Central e do Sul, Europa, África além de inúmeras e disputadíssimas apresentações na Ásia.

Mineiro de Ubá ele faleceu hoje vítima de pneumonia aos sessenta e seis anos.

Na entrevista, Moacyr Franco, cantor de expressão também internacional, indagado pelo entrevistador sobre porque pessoas como Nelson Ned são tão pouco respeitadas no Brasil e fora são aclamadas. Moacyr respondeu que a vida é como areia que, por força de vento, se movimenta e encobre a História.

Disse ainda que existe um Exército da Escuridão, pessoas que militam em diferentes áreas da arte, mas ou perderam importância na mídia ou sequer conseguem espaço para apresentarem seus trabalhos.

Hoje recebi uma contundente crítica a respeito do meu blog. Importantíssima, por sinal. A crítica fundamentou-se na tese de que não contribui em nada aquele que denuncia, aquele que queixa, aquele que se lamenta pelo que observa, aquele que opina com certo olhar à realidade.

Penso que tem mesmo razão a pessoa que me fez a crítica.

Por outro lado, ouvindo hoje Moacyr Franco falar de um Exército da Escuridão, me identifiquei como membro deste suposto exército. Soldado de segunda classe. Segunda Classe não porque me sinta desprestigiado no meu modesto e particular trabalho. Não se trata disso.

Sinto-me soldado de um exército que sofre pelos desígnios do tempo que corre. E, por não dar conta sozinho, escrevo às nuvens, esperando que meu dizer aplaque uma angústia trazida desde a minha mais tenra juventude.

Verdade que não acrescenta e nem resolve nada. Verdade que se trata de um olhar às vezes enviesado, pueril, lacônico, egocêntrico.

Verdade.



Até breve.

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